08 dez, 2023 - 10:14 • Salomé Esteves , Liliana Monteiro
Quase 100 jornalistas e profissionais de comunicação social já perderam a vida este ano em exercício de funções por todo o mundo, comunica a Federação Internacional dos Jornalistas.
Entre jornalistas, fotojornalistas, editores, produtores, repórteres, técnicos, seguranças e motoristas, apenas um dos 94 aparece listado como "morte acidental".
Dos 94 profissionais que perderam a vida, 68 foram mortos na Faixa de Gaza e Israel, nos últimos dois meses.
Segundo o comunicado da Federação Internacional de Jornalistas, desde 7 de outubro, mais de um jornalista perdeu a vida por dia, "numa escala e ritmo de perda de vida de profissionais dos media sem precedentes". Foram 68 os profissionais mortos no total, dos quais 61 palestinianos e quatro israelitas.
A guerra em Gaza tem sido, de acordo com a organização, o conflito armado que mais mortes de jornalistas e profissionais de comunicação social em trabalho de campo provocou desde que a federação começou a registar estes incidentes, em 1990.
Mas também a Ucrânia continua a ser um território perigoso para estes profissionais, alerta a IFJ. Três jornalistas - um ucrâniano, um russo e um francês - morreram na guerra na Ucrânia. A federação lembra ainda a América do Norte e do Sul e alguns territórios do continente africano.
Enquanto estes perderam a vida, existem ainda 393 jornalistas e profissionais de comunicação social presos por todo o mundo, em países como a China, a Biolerússia, o Egito, o Irão, Mianmar, Turquia e Rússia, onde se verificou um aumento na prisão de jornalistas.
A China e Hong Kong mantêm atualmente 80 destes profissionais enclausurados. No Mianmar são 54, na Turquia, 41, na Rússia e Crimeia ocupada, 40 e na Bielorússia, 35.
A federação insiste que a comunidade internacional deve agir para salvaguardar a segurança e a integridade dos jornalistas e garantir justiça para aqueles que os atacam.