16 dez, 2023 - 09:25 • Lusa
Centenas de manifestantes exigiram este sábado, em Telavive, um acordo imediato para libertar os reféns israelitas ainda detidos pelo movimento islamita Hamas.
O protesto, em que os manifestantes empunhavam cartazes com os nomes e as fotos de muitos dos reféns nas mãos do Hamas, em frente ao Ministério da Defesa israelita, depois de o exército ter anunciado, na sexta-feira, que tinha matado três reféns por engano.
Um cartaz dizia: "Todos os dias morre um refém", enquanto uma bandeira israelita na rua foi pintada com tinta vermelha, evocando sangue.
"A única maneira de libertar os reféns com vida é através da negociação", disse Motti Direktor, um manifestante de 66 anos.
"Estamos aqui depois de uma noite chocante e estou a morrer de medo. Exigimos um acordo já", disse Merav Svirsky, cujo irmão Itay é refém em Gaza.
Pouco depois do anúncio das forças armadas, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, lamentou "uma tragédia insuportável" que mergulhou "todo o Estado de Israel no luto", enquanto em Washington a Casa Branca se referiu a um "erro trágico".
Cerca de 240 pessoas foram capturadas no sangrento ataque dos comandos do Hamas em solo israelita, a 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, de acordo com as autoridades.
Como represália, Israel prometeu "destruir" o Hamas e lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza que causou 18.800 mortos, indicou o Ministério da Saúde do Hamas, no poder em Gaza desde 2007 e considerada terrorista pela UE, pelos Estados Unidos e por Israel.
No final de novembro, um acordo de tréguas, mediado pelo Qatar, permitiu uma pausa de uma semana nos combates, a libertação de uma centena de reféns do Hamas e de 240 prisioneiros palestinianos detidos em Israel, bem como a entrega de ajuda humanitária de emergência.
Depois do anúncio da morte dos três reféns, o portal Axios avançou que o chefe da Mossad (serviços secretos externos israelitas), David Barnea, deverá encontrar-se este fim de semana com o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani, indicou a agência de notícias France-Presse.
O encontro, na Europa, deverá centrar-se na libertação de reféns, prosseguiu o Axios, sem especificar o local da reunião.