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Putin avisa Finlândia que terá problemas com a Rússia por aderir à NATO

17 dez, 2023 - 11:53 • Lusa

"Vamos criar o distrito militar de Leningrado (noroeste) e concentrar ali unidades militares", disse Putin em declarações ao programa de televisão Moscou.

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O presidente russo, Vladimir Putin, alertou este domingo a Finlândia que a "relação amigável" entre os dois países poderá passar a ter "problemas" após a adesão do país nórdico à NATO.

"Não havia problemas. Agora, haverá. Vamos criar o distrito militar de Leningrado (noroeste) e concentrar ali unidades militares. Eles precisavam disso? É simplesmente um absurdo", disse Putin em declarações ao programa de televisão Moscou.

O líder russo referiu que todas as disputas territoriais entre os dois países foram resolvidas em meados do século XX, razão pela qual lamentou que "a Finlândia tenha sido arrastada para a NATO".

"Tínhamos relações muito boas e cordiais", insistiu.

Moscovo pretende reforçar o seu flanco noroeste, especialmente a região que rodeia a segunda cidade do país, São Petersburgo, que fica a apenas cerca de 300 quilómetros da capital finlandesa, Helsínquia.

Os especialistas consideram que a entrada finlandesa na Aliança Atlântica é um dos maiores erros de cálculo de Putin ao lançar a sua campanha militar na Ucrânia em fevereiro de 2022.

Esta semana o Kremlin já alertou que o envio de tropas dos EUA para o território finlandês será uma ameaça óbvia para a Rússia.

A Finlândia e os Estados Unidos chegaram a um acordo de cooperação que permitirá às tropas norte-americanas utilizar 15 bases militares no país nórdico, informou na quinta-feira o governo finlandês.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros finlandês explicou em comunicado que esta medida irá reforçar a defesa do país nórdico, permitindo a presença e treino de forças norte-americanas e o armazenamento de material de defesa no seu território.

A Finlândia, o país da União Europeia com a maior fronteira com a Rússia (1.340 quilómetros), optou por abandonar a sua tradicional política de neutralidade após o início da campanha militar russa na Ucrânia e completou a sua entrada na NATO, em tempo recorde, em abril.

Moscovo ameaçou com contramedidas, incluindo "técnicas-militares".

Helsínquia fechou a fronteira com a Rússia em novembro e reabriu-a esta semana, mas voltou a fechá-la 24 horas depois devido ao aumento do número de migrantes do Oriente Médio.

As autoridades do país nórdico acusam Moscovo de recorrer a métodos de "guerra híbrida" semelhantes aos utilizados há dois anos pela Bielorrússia na fronteira com a Polónia.

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  • Cidadao
    17 dez, 2023 Lisboa 13:06
    Sim, é melhor fazer isso porque a Finlândia sem duvida deseja invadir a Rússia e marchar sobre Moscovo. Este tipo deve julgar que a Finlândia que esteve os últimos 40 anos a preparar-se para uma guerra, primeiro contra a URSS, depois contra a Rússia e não tinha mêdo mesmo estando sózinha, agora que está na NATO, se amedronta com algumas unidades de quarentões e miúdos saídos da recruta nas fronteiras, visto que as tropas profissionais estão a ser desfeitas na Ucrânia. Mas é uma lição para os corações-de-pomba, que acham que a cedência de territórios ucranianos pode por fim à guerra e que a partir daí o Putin vai ser um "bom rapaz". O que ele é, vê-se todos os dias, que o diga a Ucrânia.

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