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ONU repudia ataques russos a organizações humanitárias em noite de bombardeamentos

20 dez, 2023 - 17:12 • Lusa

Armazéns da Cruz Vermelha Ucraniana e da organização humanitária local Shchedryk "foram totalmente queimados, destruindo abastecimentos de socorro tão necessários". Em Kherson, nove pessoas ficaram feridas, incluindo quatro crianças com idades entre os 2 e os13 anos.

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"Estou horrorizada com a notícia de que outra onda de ataques indiscriminados por parte da Federação Russa danificou hoje instalações e abastecimentos essenciais de pelo menos três organizações humanitárias em Kherson", escreveu Denise Brown em comunicado.

Segundo a coordenadora canadiana da ONU, os armazéns da Cruz Vermelha Ucraniana e da organização humanitária local Shchedryk "foram totalmente queimados, destruindo abastecimentos de socorro tão necessários".

Denise Brown destaca que a população de Kherson, e todos aqueles que vivem ao longo da linha da frente no leste e sul do país, "estão, de facto, a suportar o peso desta guerra, o nível de destruição é enorme e, com o início do inverno, a ajuda é mais necessária do que nunca".

Os ataques indiscriminados a áreas civis são proibidos, recorda a coordenadora da OCHA, e "os trabalhadores humanitários, as instalações e os bens estão protegidos pelo direito humanitário internacional".

Na última madrugada, a Rússia voltou a atingir a Ucrânia com ataques aéreos, tendo vários 'drones' sido disparados contra a capital, Kiev, e Kharkiv, no leste do país, e nove pessoas ficaram feridas em Kherson, anunciaram as autoridades locais.

"Durante o bombardeamento de Kherson esta noite pelos ocupantes russos, nove pessoas ficaram feridas, incluindo quatro crianças" com idades entre 2 e 13 anos, disse o autarca da cidade, Roman Mrochko, na rede Telegram.

Entre os feridos, "uma mãe e os seus três filhos foram hospitalizados", acrescentou, especificando que outras cinco pessoas foram tratadas no local.

Desde o outono, Moscovo tem aumentado os ataques noturnos contra cidades ucranianas, numa altura em que se levantam dúvidas sobre a continuação do apoio militar ocidental a Kiev.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 após a desagregação da antiga União Soviética e que tem vindo desde então a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

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