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Rússia

Jornalista anti-Kremlin candidata-se à presidência contra Putin

21 dez, 2023 - 00:05 • Lusa

Duntsova apela à cessação das hostilidades na Ucrânia, à introdução de reformas democráticas, à libertação dos prisioneiros políticos, entre outras propostas.

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A jornalista russa Yekaterina Duntsova entregou, esta quarta-feira, à Comissão Eleitoral Central (CEC) da Rússia documentação de registo do grupo de apoio da sua candidatura à presidência russa nas eleições presidenciais em março.

"Acabámos de entregar à CEC a documentação para registo do grupo de iniciativa popular que apoiou, a 17 de dezembro, a minha candidatura à presidência russa", afirmou a candidata através do Telegram.

Segundo Duntsova, a CEC tem agora cinco dias para analisar os documentos e proceder ao registo.

"Destaco que não há motivos para recusar o registo. Depois disso, poderemos abrir a conta (bancária) e iniciar uma nova etapa da nossa campanha, a recolha de assinaturas", necessária para os candidatos independentes, disse.

A jornalista acrescentou que serão abertos centros de recolha de assinaturas em muitas cidades do país.

"Vamos precisar de voluntários para trabalhar nesses centros. Tal como antes, conto com a vossa ajuda. Espero que todos juntos consigamos recolher 300 mil assinaturas até ao final de janeiro", afirmou.

No domingo, Duntsova, de 40 anos, recebeu o apoio de 521 de mais de 700 participantes num congresso independente em Moscovo.

A candidata às eleições anunciou o seu projeto eleitoral em novembro, afirmando que "nos últimos dez anos, o país tem estado a caminhar na direção errada", um caminho que conduz à "autodestruição".

Duntsova apela à cessação das hostilidades na Ucrânia, à introdução de reformas democráticas, à libertação dos prisioneiros políticos, entre outras propostas.

De acordo com as autoridades eleitorais russas, para além de Duntsova, do Presidente russo, Vladimir Putin - que tentará a reeleição - e do líder ultranacionalista, Leonid Slutsky, 13 outros candidatos apresentaram candidaturas para participar nas eleições presidenciais russas.

A oposição ao Kremlin vê as eleições como um referendo sobre a atual guerra, na qual a Rússia não conseguiu atingir os objetivos que estabeleceu para si própria em fevereiro de 2022 e que, segundo o Ocidente, sofreu mais de 300 mil baixas.

Segundo sondagens oficiais dos últimos dias, 80% dos russos aprovam a gestão Putin, que preside o país desde 2000, com um intervalo de quatro anos (2008-2012) como primeiro-ministro.

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