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Preso na Sibéria. "Não se preocupem comigo. Estou bem", diz Navalny

26 dez, 2023 - 12:56 • Lusa

Advogados do opositor de Putin perderam o contacto com o seu cliente a 5 de dezembro. 10 dias depois, os serviços prisionais confirmaram que ele tinha sido transferido, mas não revelaram para onde.

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O opositor russo Alexei Navalny, detido numa colónia penitenciária no Ártico russo após ter permanecido com destino desconhecido durante quase três semanas, disse esta terça-feira que "está bem".

Numa mensagem publicada no X (ex-Twitter), Alexei Navalny afirma que a viagem foi "cansativa", mas garante que "está bem".

"Não se preocupem comigo. Estou bem. Estou aliviado por finalmente estar aqui", disse.

Alexei Navalny, ativista anticorrupção, oposicionista e crítico do Presidente russo, Vladimir Putin, foi detido em 2021 e posteriormente condenado a uma pena de 19 anos de prisão.

Na segunda-feira, os apoiantes do líder oposicionista russo informaram na rede social X que Alexei Navalny está preso na colónia penitenciária perto da cordilheira dos Urais, no Ártico, depois de quase três semanas sem qualquer contacto com o mundo exterior.

"Encontrámos Navalny. Está na colónia prisional número 3 na cidade de Kharp", disse Kira Iarmych no X (antigo Twitter), indicando que Navalny "está bem" e que o seu advogado o visitou.

Kharp, uma pequena cidade com uma população de cerca de 5.000 habitantes, situa-se em Yamalo-Nenetsia, uma região remota do norte da Rússia, a norte do Círculo Polar Ártico, e alberga várias colónias penitenciárias.

Acusado de extremismo, segundo a sentença do tribunal, Navalny deve cumprir a sua pena numa colónia de "regime especial", uma categoria de estabelecimentos onde as condições de detenção são as mais duras e que são normalmente reservadas a presos a cumprir pena de prisão perpétua e aos detidos mais perigosos.

Uma das colónias de "regime especial" situa-se precisamente em Kharp, a colónia número 18, ou "Coruja Polar".

Os serviços penitenciários russos admitiram, em 15 de dezembro, que Navalny tinha sido transferido da cadeia de Vladimir, onde cumpria pena desde junho de 2022, mas não precisaram o seu novo destino.

Os advogados do opositor, sentenciado a 30 anos de prisão, não tinham contacto com o seu cliente desde 5 de dezembro e os seus colaboradores lançaram a campanha mundial "Onde está Navalny?".

Em 7 de dezembro, Navalny apelou da cadeia ao voto contra Putin nas eleições de 17 de março próximo.

No sábado, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, manifestou-se preocupado com a falta de informação sobre o paradeiro de Alexei Navalny e exigiu ao Kremlin que o opositor russo fosse libertado o quanto antes.

Na mesma mensagem, Blinken exigiu a "libertação imediata" do opositor russo e que o Governo do Presidente Vladimir Putin deixe de "reprimir as vozes independentes na Rússia".

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