31 dez, 2023 - 16:52 • Lusa
O ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, defende o regresso dos colonos judeus à Faixa de Gaza após a guerra, argumentando que a população palestiniana deveria ser "encorajada" a emigrar para outros países.
"Para ter segurança, precisamos de controlar o território e, para controlar o território militarmente a longo prazo, precisamos de uma presença civil", afirmou Smotrich numa entrevista à rádio militar, em resposta a uma pergunta sobre a possibilidade de restabelecer os colonatos na Faixa de Gaza.
Em 2005, Israel retirou o seu exército e os cerca de 8.000 colonos deste território palestiniano ocupado desde 1967, no âmbito do plano de retirada unilateral do então primeiro-ministro Ariel Sharon.
Smotrich, líder do partido "Sionismo Religioso", que faz parte da coligação governamental, considerou também que Israel deveria "encorajar" os 2,4 milhões de palestinianos de Gaza a abandonar o território para outros países.
"Se agirmos estrategicamente e encorajarmos a emigração, se houver 100 ou 200 mil árabes em Gaza e não 2 milhões, todo o discurso do pós-guerra será completamente diferente", sustentou.
Disse ainda que Isarel iria "ajudar a reabilitar estes refugiados noutros países de uma forma adequada e humana, com a cooperação da comunidade internacional e dos países árabes" em redor.
Durante uma visita privada a Paris, em março, Smotrich negou a existência de um povo palestiniano: "Não existem palestinianos, porque não existe um povo palestiniano", afirmou.
As operações militares israelitas na Faixa de Gaza causaram 21.822 mortos, na sua maioria mulheres, crianças e adolescentes, desde o início da guerra, a 07 de outubro, segundo os últimos números publicados no domingo pelo governo do Hamas.
Os ataques israelitas foram lançados como represália a um ataque sem precedentes dos comandos do Hamas, que causou a morte de cerca de 1.140 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo os últimos dados oficiais israelitas.