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Colisão entre aviões no Japão. "Estratégia de manter a calma não existe"

02 jan, 2024 - 18:53 • Diogo Camilo

À Renascença, o antigo piloto Durval Ribeiro considera que uma evacuação como a do avião da Japan Airlines em Portugal seria possível, por o treino das tripulações ser universal. Personalidade disciplinada dos japoneses poderá ter ajudado nos momentos de pânico.

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Uma evacuação como a do avião da Japan Airlines em Portugal seria possível, uma vez que os treino das tripulações para este tipo de situações é universal.

A garantia é dada à Renascença pelo ex-piloto da TAP Durval Ribeiro, que explica que, se a colisão tivesse acontecido num aeroporto português, a resposta seria idêntica.

A colisão entre um Airbus A350 que aterrou no Aeroporto Internacional de Tóquio e uma aeronave da Guarda Costeira do Japão que se preparava para descolar fez cinco mortos e um ferido grave.

Todos os 379 passageiros e tripulantes do avião da Japan Airlines foram retirados em segurança, mas cinco dos seis tripulantes a bordo da aeronave da Guarda Costeira não sobreviveram.

Colisão de aviões na pista do Aeroporto Internacional de Tóquio faz cinco mortos
Colisão de aviões na pista do Aeroporto Internacional de Tóquio faz cinco mortos

À Renascença, o antigo presidente da Associação de Pilotos Portugueses de Linha Aérea adianta que “não há estratégia” em momentos como este, mas que a personalidade disciplinada dos japoneses poderá ter ajudado nos momentos de pânico.

“A estratégia de manter a calma não existe. O que existe é a preparação da tripulação em evacuar o avião o mais rapidamente possível. E é impossível evitar o pânico. No caso dos japoneses, que sabemos ser um povo disciplinado, pode ter facilitado, ao não se terem agarrado a bens próprios”, considera.

Um avião no sítio errado

Sem querer especular, o comandante indicou possíveis causas para a colisão. “Tudo leva a crer que um avião está no sítio errado. Pode ser um grande engano nas ordens transmitidas, pode haver uma perceção errada do sítio onde uma das aeronaves estava”, indica.

Segundo o portal Flight Radar24, que acompanha voos de todo o mundo, o avião da guarda costeira não estava equipado com um sistema ADS-B, uma tecnologia de vigilância que serve de proteção contra colisões, no qual uma aeronave é rastreada através de satélites ou outros sensores.

Ainda assim, segundo Durval Ribeiro, mesmo que houvesse um sistema que pudesse alertar para a colisão, este estaria limitado por a colisão se dar quando o avião já estava a aterrar ou já no chão.

Sobre o resgate dos 379 passageiros e tripulação do avião da Japan Airlines, o comandante enalteceu a “rapidez da tripulação de cabine” e o esforço dos bombeiros no combate às chamas.

“É muito importante que as forças de bombeiros e todos os que estão no aeroporto estejam treinados para estas situações, para imediatamente poderem chegar ao local. Como vimos, pode ser extremamente rápido que o fogo consuma o avião todo e torne impossível o salvamento”, afirma o ex-presidente da Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea.

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