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Biden acusa Trump de retórica nazi e de tolerar "violência política"

06 jan, 2024 - 00:05 • Lusa

O ataque ao Capitólio continua a ser motivo de controvérsia nos Estados Unidos: um quarto dos americanos acredita, sem provas, que o FBI está por trás da insurreição, de acordo com uma sondagem do Washington Post e da Universidade de Maryland publicada esta semana.

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Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos e recandidato democrata à Casa Branca, lançou hoje um ataque frontal ao rival Donald Trump, acusando o republicano de utilizar uma retórica da Alemanha nazi e de tolerar a "violência política".

Donald Trump, um grande favorito dos republicanos, "está pronto a sacrificar a democracia para obter poder", criticou o atual chefe de Estado perto de Valley Forge, na Pensilvânia, local histórico da Guerra de Independência dos Estados Unidos.

"[Trump] Fala sobre o envenenamento do sangue dos americanos, usando exatamente a mesma linguagem que foi usada na Alemanha nazi", acrescentou Biden, de 81 anos, num discurso de campanha onde procurou relançar as suas perspetivas eleitorais, quando está atrás de Donald Trump nas mais recentes sondagens.

Biden tinha previsto fazer o seu discurso no sábado, três anos depois do ataque ao Capitólio, em 06 de janeiro de 2021, por apoiantes de Donald Trump que tentaram impedir a certificação da vitória de Joe Biden, mas a data foi antecipada para hoje, devido a uma previsão de tempestade.

O ataque ao Capitólio continua a ser motivo de controvérsia nos Estados Unidos: um quarto dos americanos acredita, sem provas, que o FBI está por trás da insurreição, de acordo com uma sondagem do Washington Post e da Universidade de Maryland publicada esta semana.

"Trump e os seus apoiantes do MAGA ["Make America Great Again", "Engrandecer de Novo a América", o principal 'slogan' do republicano], não só toleram a violência política, mas também se riem dela", frisou o democrata, de 81 anos, durante um discurso de campanha no Estado da Pensilvânia.

Biden frisou que 06 de janeiro de 2021 marcou um momento delicado para os Estados Unidos e salientou que a candidatura do magnata republicano, o favorito no seu partido, "tem tudo a ver" com a sobrevivência da democracia norte-americana.

"Quase perdemos a América -- [quase] perdemos tudo. Todos sabemos quem é Donald Trump. A pergunta que temos que responder é quem somos nós?", questionou o atual chefe de Estado.

Trump, que enfrenta 91 acusações criminais decorrentes dos seus esforços para anular a derrota para Biden e três outros casos criminais, argumenta que Biden e os principais democratas estão a tentar minar a democracia, utilizando a justiça para bloquear a campanha do seu principal rival.

"A campanha de Donald Trump é sobre ele", apontou Biden, acusando o rival de estar "obcecado pelo passado, não pelo futuro".

O local escolhido pelo democrata para o seu discurso é simbólico: Valley Forge viu George Washington, futuro primeiro presidente dos Estados Unidos, reunir as forças militares americanas que lutaram contra o Império Britânico há quase 250 anos.

Esta vontade de acelerar a campanha de Joe Biden surge depois de críticas de alguns democratas que consideram que esta começou demasiado lentamente.

O Presidente não conseguiu convencer os eleitores de que a economia está a melhorar, apesar dos números do emprego terem sido melhores do que o esperado, com os preços ainda "demasiado elevados para muitos americanos", tinha destacado hoje Biden, citado num comunicado.

Outra 'dor de cabeça' para os democratas é a imigração e as tensões na fronteira mexicana, o apoio à guerra de Israel contra o Hamas, que divide o seu partido, ou mesmo o Congresso, que bloqueia o seu pedido de fundos adicionais à Ucrânia.

A recusa de Joe Biden em mencionar os múltiplos processos judiciais de Donald Trump, para não dar a impressão de influenciar o sistema judicial, também o privou de uma das suas principais armas contra o multimilionário republicano.

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