07 jan, 2024 - 17:09 • Lusa
O chefe da diplomacia jordana, Ayman Safadi, anunciou este domingo que está a coordenar com várias capitais árabes um plano, baseado na solução de dois Estados, para acabar com a guerra na Faixa de Gaza e resolver o conflito israelo-palestiniano.
"Estamos a trabalhar num plano com um objetivo claro, um calendário e passos, que se baseie na solução de dois Estados, para resolver o conflito", disse Safadi, citado pela agência noticiosa estatal jordana Petra.
De acordo com o diplomata, este plano está a ser coordenado com vários países árabes, tendo sido também submetido à avaliação de "muitos parceiros da comunidade internacional", sem especificar as nações envolvidas ou a receção da proposta.
O plano inclui a "unidade sólida de Gaza, da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental", o reconhecimento de um Estado palestiniano independente e soberano com base nas fronteiras delineadas em 04 de junho de 1967, e estipula "medidas práticas" a serem executadas "de acordo com prazos específicos e com garantias reais".
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Safadi não deu pormenores como é que o plano seria executado, referindo que o mesmo só poderá ser posto em prática se "a agressão bárbara contra a Faixa de Gaza for travada e se for posto termo à catástrofe humanitária sem precedentes que está a causar".
A maioria dos países árabes e a comunidade internacional apoiam a solução dos dois Estados, que voltou a ser posta em cima da mesa após o início da guerra, a 7 de outubro.
De facto, durante a sua visita a Amã, no domingo, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, reafirmou o apoio do seu país à solução de dois Estados.
No entanto, existem divergências quanto à forma de o pôr em prática, uma vez que Israel tem vindo a ocupar o território delineado nas fronteiras de 1967.
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Safadi insistiu, porém, que o seu país não quer "um novo processo que sirva para desperdiçar o tempo de Israel e perpetuar a ocupação das terras palestinianas".
Safadi condenou as "tentativas" de Israel de deslocar à força os palestinianos da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, que descreveu como um "crime de guerra", e disse que não se pode falar de um "dia seguinte" no enclave sem o fim da "agressão".
O diplomata confirmou também que a Jordânia apoia a acusação de genocídio apresentada pela África do Sul contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e disse que o reino hachemita irá também "apresentar um caso legal ao tribunal", sem fornecer mais pormenores.
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