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Redução no tráfego de média proveniente de redes sociais preocupa 63% dos responsáveis

09 jan, 2024 - 00:13 • Lusa

Até 77% dos inquiridos afirma que se irá concentrar mais nos próprios canais diretos de comunicação em 2024, com 22% a recorrer à redução de custos e uma proporção semelhante (20%) a experimentar plataformas alternativas de terceiros.

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Quase dois terços dos líderes dos meios de comunicação a nível mundial estão preocupados com uma redução acentuada no tráfego proveniente de redes sociais, de acordo com um relatório do Reuters Institute divulgado esta terça-feira.

O relatório sobre as perspetivas para 2024 revela, com base em dados do Chartbeat, que o tráfego dos sites de notícias oriundo do Facebook caiu 48% em 2023, com o tráfego do X (anteriormente conhecido como Twitter) a diminuir 27%, indicando que 62% dos responsáveis de meios de comunicação estão apreensivos com este cenário.

"Em resposta a estes desenvolvimentos, as prioridades dos editores de notícias estão a mudar", refere o relatório.

Até 77% dos inquiridos afirma que se irá concentrar mais nos próprios canais diretos de comunicação em 2024, com 22% a recorrer à redução de custos e uma proporção semelhante (20%) a experimentar plataformas alternativas de terceiros.

Em termos de formatos de notícias, a maioria dos entrevistados indica que irá criar mais vídeos (+64 pontos líquidos), mais newsletters (+52) e mais podcasts (+47), mas o mesmo número de artigos de notícias.

Ao considerar plataformas de terceiros, os responsáveis dos meios de comunicação afirmam que se concentrarão muito menos no Facebook e no X e colocarão mais recursos no WhatsApp (+61 pontuação líquida) e no Instagram (+39), após a decisão da Meta de abrir canais de transmissão para editores.

"O interesse em redes de vídeo como TikTok (+55) e YouTube (+44) continua forte, enquanto o Google Discover está a tornar-se uma fonte de referência mais importante, mas volátil", refere.

O relatório revela ainda que os "publishers" estão mais pessimistas sobre a partilha equitativa de benefícios de acordos com plataformas de Inteligência Artificial.

Por outro lado, apenas 47% da amostra de editores, CEOs e executivos digitais dizem estar confiantes sobre as perspetivas do jornalismo em 2024, com 12% a expressar baixa confiança.

"As preocupações prendem-se com o aumento dos custos, a diminuição das receitas publicitárias, o abrandamento do crescimento das subscrições e o aumento do assédio jurídico e físico", pode ler-se.

Por outro lado, entre as razões para algum otimismo incluem-se "a esperança de que eleições disputadas nos EUA e noutros lugares possam aumentar o tráfego, apesar dos riscos de que esse aumento seja temporário e prejudique ainda mais a confiança".

Segundo o relatório, os editores continuam a investir em modelos de assinatura, com a grande maioria dos entrevistados (80%) a considerar que este será um importante fluxo de receita, à frente da publicidade gráfica.

Os editores indicam ainda que irão apostar numa melhor explicação de histórias complexas (67%), abordagens mais orientadas para soluções ou construtivas para contar histórias (44%) e histórias humanas mais inspiradoras (43%).

O relatório prevê ainda que as ferramentas de Inteligência Artificial "que mudam a linguagem das notícias para melhorar a relevância e a compreensão para públicos específicos serão uma característica crescente do cenário noticioso em 2024".

O relatório tem por base um inquérito, que decorreu entre o final de novembro e início de dezembro de 2023, com uma amostra de 314 participantes oriundos de 56 países.

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