Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Alerta ambiental na Galiza. Portugal não está a salvo de "maré de plástico"

08 jan, 2024 - 20:27 • Pedro Mesquita , com redação

Contentores caíram ao mar e milhões de minúsculas bolas de plástico estão a poluir o mar e as praias do norte de Espanha.

A+ / A-

Na Galiza foi declarado alerta ambiental, numa altura em que milhões de minúsculas bolas de plástico (pellets) estão a dar à costa. Ouvido pela Renascença, o hidrobiólogo Bordalo e Sá refere os riscos que esta situação pode comportar, podendo também afetar Portugal.

Um cargueiro com bandeira da Libéria perdeu seis contentores com 15 toneladas deste material usado na indústria do plástico.

O acidente aconteceu há um mês quando o navio se encontrava em águas portuguesas, a 80 quilómetros de Viana do Castelo.

Nas últimas semanas, milhões destas pequenas bolas começaram a chegar à Galiza, com os jornais locais a falarem em “invasão dos areais”.

Ouvido pela Renascença, o hidrobiólogo Bordalo e Sá explica os riscos que esta situação pode comportar.

O especialista do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar começa por explicar que material é que está em causa: “São bolas muito pequeninas, com cinco milímetros, e que com base nelas é que se fazem todos os plásticos. Em princípio, essas bolas são PET, que é um palavrão que designa o material plástico com que se fazem as garrafas, por exemplo”.

OuvirPausa
"O peixe ingere o plástico e daí até sermos nós a consumir é um instante"

Bordalo e Sá refere que este “não é um plástico denso, são bolas de plástico que flutuam”. “Estavam dentro de sacos, os sacos vão-se rasgando. Os espanhóis da Galiza, mas também já na Cantábria e em breve também em França, irão debater-se com estas bolas já soltas, fora das embalagens”, sublinha.

Podemos falar numa eventual catástrofe ambiental? “Sim, porque este material vai-se progressivamente desfazendo, transformam-se em micropartículas, inferiores a um milímetro, e depois vão-se transformar em partículas ainda mais pequenas - nanopartículas - e podem ser ingeridas”.

“Vão-se agarrar algas, bactérias, vírus que vão libertar odores e muitos peixes vão ingerir as partículas de plástico a pensar que é comida. O peixe ingere e daí até sermos nós a consumir é um instante”, adverte o especialista.

O hidrobiólogo Bordalo e Sá avisa para o risco de estas partículas de plástico ainda virem a dar à costa portuguesa, “na altura da primavera, se entretanto ainda estiverem nalgum sítio no mar alto”.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+