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Netanyahu agradece a Alemanha por alinhar ao lado de Israel no processo de genocídio

12 jan, 2024 - 22:18 • Lusa

O Governo alemão rejeitou as acusações de genocídio contra Israel, apresentadas pela África do Sul no tribunal superior da ONU e apoiadas por dezenas de países, e advertiu contra a "instrumentalização política" de tal denúncia.

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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, agradeceu, esta sexta-feira, ao chanceler alemão, Olaf Scholz, a decisão da Alemanha de participar ao lado de Israel no processo de genocídio instaurado a pedido da África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ).

"A posição da Alemanha, do lado da verdade, entusiasma todos os cidadãos de Israel. Não se deve permitir que uma conspiração cheia de hipocrisia e malícia prevaleça sobre os princípios morais partilhados pelos nossos dois países e por todo o mundo civilizado", disse Netanyahu a Scholz na conversa telefónica, indicou o gabinete do primeiro-ministro israelita.

O Governo alemão rejeitou as acusações de genocídio contra Israel, apresentadas pela África do Sul no tribunal superior da ONU e apoiadas por dezenas de países, e advertiu contra a "instrumentalização política" de tal denúncia.

Num comunicado, o porta-voz do executivo alemão, Steffen Hebestreit, sustentou que, na sua ofensiva militar à Faixa de Gaza, Israel estava "a defender-se", após os ataques "desumanos" perpetrados a 07 de outubro pelo movimento islamita palestiniano Hamas em território israelita, e anunciou que a Alemanha iria intervir como "terceira parte" no TIJ, ao abrigo de um artigo que permite aos Estados pedir esclarecimentos sobre a utilização de uma convenção multilateral.

Na qualidade de signatária da Convenção sobre o Genocídio, de 1948, a Alemanha tem o direito de se associar a processos e de apresentar os seus argumentos sobre os casos, e pode apresentar-se como terceira parte neste processo porque não tem qualquer litígio com a África do Sul.

A Alemanha intervirá na audiência principal, o que não implicou alterações à audiência preliminar que teve lugar entre quinta-feira e hoje, na qual a África do Sul pediu medidas provisórias para obrigar Israel a um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.

O tribunal poderá tomar uma decisão dentro de um mês.

A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.139 mortos, na maioria civis, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas, e cerca de 250 reféns, 127 dos quais permanecem em cativeiro.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que entretanto se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 98.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 23.000 mortos e pelo menos 59.000 feridos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais, e cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, pelo menos 315 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos.

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