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Trump insiste que julgamento é "interferência eleitoral"

12 jan, 2024 - 14:35 • Lusa

"Sou um homem inocente. Sou perseguido por alguém que está a disputar o cargo [de Presidente] e acho que é preciso ir além dos limites", disse o ex-Presidente.

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O ex-Presidente dos EUA Donald Trump regressou esta quinta-feira a tribunal para a fase final do seu julgamento em Nova Iorque por fraude financeira, onde repetiu que o processo é um caso de "interferência eleitoral".

Proibido pelo juiz de intervir nas alegações finais, Trump ainda teve uma breve oportunidade de falar em tribunal no final do julgamento, qualificando o processo de "uma fraude" antes de o juiz lhe tirar a palavra.

"Temos uma situação em que sou um homem inocente, (...) sou perseguido por alguém que está a disputar o cargo [de Presidente] e eu acho que é preciso ir além dos limites", disse o ex-presidente, levando o juiz Arthur Engoron a interromper a sessão para o almoço.

No processo, um de vários que enfrenta a nível estadual e federal, Trump é acusado, juntamente com os seus filhos Eric e Donald Jr., de ter inflacionado durante a década de 2010 o valor dos arranha-céus, hotéis de luxo e campos de golfe da Organização Trump para obter empréstimos mais favoráveis dos bancos e melhores condições de seguros.

A procuradora-geral do Estado de Nova Iorque, Letitia James, que iniciou este caso no outono de 2022, invocando a existência de fraude financeira, está a exigir uma multa de 370 milhões de dólares (quase 350 milhões de euros) em indemnizações.

Desde que o julgamento começou, em 02 de outubro, o empresário de 77 anos tem atacado o sistema judicial, nos corredores do tribunal de Manhattan, classificando o processo como sendo uma cabala política e uma clara "interferência eleitoral", no momento em que lidera as sondagens das primárias do Partido Republicano na escolha do candidato presidencial das eleições de novembro.

Durante três meses, os advogados da família Trump consideraram o caso legalmente vazio, mas um deles, Chris Kise, reconheceu hoje a possibilidade de existirem erros "não intencionais" nas declarações financeiras de Trump.

Trump não poderá garantir a sua própria defesa, depois de o juiz Arthur Engoron ter dito que teme que o ex-Presidente use o julgamento para "fazer discursos de campanha".

Como prova do clima tenso, a polícia do condado de Nassau, a leste de Nova Iorque, confirmou que a casa do juiz tinha sido alvo de uma ameaça infundada de bomba.

Ao contrário dos julgamentos criminais que o aguardam este ano - incluindo o das suas alegadas manobras destinadas a reverter o resultado das eleições presidenciais de 2020 - Donald Trump não corre o risco de ser preso neste caso civil.

Ainda antes do julgamento, o juiz Engoron estimou no final de setembro que a acusação apresentou "provas conclusivas de que, entre 2014 e 2021, os arguidos sobrevalorizaram os ativos" do grupo.

Como resultado de "fraudes repetidas", o juiz ordenou a liquidação das empresas que geriam os seus ativos, como a Trump Tower ou o arranha-céus 40 Wall Street, em Manhattan.

Os processos judiciais em que está envolvido obrigam Trump a dividir o seu tempo entre as audiências judiciais e o seu plano de campanha, neste momento centrado nas primárias do estado de Iowa, para onde o ex-Presidente e candidato republicano regressará no próximo sábado, para iniciativas junto dos eleitores.

Os seus assessores garantem que Trump está profundamente envolvido nos casos judiciais, que ameaçam tudo, desde o controlo do seu império empresarial até à sua liberdade.

Contudo, Trump acredita que sua presença em tribunal o pode ajudar na sua corrida a uma reeleição presidencial, dando-lhe a oportunidade para se defender das suspeitas e garantindo-lhe espaço nos 'media'.

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