14 jan, 2024 - 11:56 • Ricardo Vieira, com agências
A guerra entre Israel e o grupo palestiniano Hamas rebentou há 100 dias, sem perspetivas de paz no horizonte e com o risco de abertura de outras frentes de combate com Hezbollah, no Líbano, e com os houthis, no Iemén.
A 7 de outubro de 2023, o Hamas realizou um ataque terrorista sem precedentes contra Israel, por terra, ar e mar.
Cerca de 1.200 pessoas morreram na incursão do Hamas e mais de 200 foram feitas reféns e levadas para a Faixa de Gaza.
Na resposta, Israel iniciou uma operação de bombardeamentos em larga escala, seguida de uma invasão terrestre de Gaza, que já terá provado cerca de 24 mil mortos e uma crise humanitária sem fim à vista.
Guerra Israel-Hamas
A ONU considera-os ilegais. Os palestinianos denun(...)
No sábado, véspera do 100.º dia de combates, milhares de pessoas realizaram uma vigília em Telavive a apelar à libertação dos 130 reféns que ainda estão nas mãos do Hamas.
O primeiro-ministro israelita afirmou, no sábado, que a guerra contra o Hamas vai continuar "até ao fim", e que não será travada nem pelo processo contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) nem pelas ameaças do "eixo do mal".
"A guerra não será travada nem por Haia [sede do TIJ] nem pelas ameaças do eixo do mal", afirmou o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, numa declaração transmitida pela televisão ao país, na véspera de serem assinalados os 100 dias da guerra contra o grupo islamita palestiniano Hamas.
Por seu lado, o diretor da Agência da ONU de Ajuda aos Refugiados Palestinianos (UNRWA) classifica os "cem dias" da guerra de Israel contra o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza como "uma nódoa" para a humanidade.
"A morte em grande escala, a destruição [e] a dor dos últimos 100 dias", desde o início da guerra em Gaza, são "uma nódoa na nossa humanidade comum", declarou Philippe Lazzarini num comunicado divulgado enquanto se encontrava naquele território palestiniano.
"Completam-se cem dias desde que esta guerra devastadora começou, matando e deslocando a população de Gaza, na sequência dos ataques atrozes do Hamas e de outros grupos à população de Israel. Foram cem dias de provações e de angústia para os reféns e suas famílias", prosseguiu.
O que a população da Faixa de Gaza está a passar "é insuportável, com uma corrida contra o tempo contra a fome", alertou o alto responsável da ONU.
"A situação crítica das crianças é particularmente desoladora. Serão necessários anos para curar uma geração inteira de crianças traumatizadas", observou.