14 jan, 2024 - 11:21 • Lusa
O Presidente equatoriano, Daniel Noboa, confirmou no sábado que foram libertados todos os guardas e funcionários administrativos que tinham sido feitos reféns pelos reclusos em sete prisões onde tinham ocorrido motins em simultâneo.
Numa mensagem publicada na rede social X, o chefe de Estado felicitou as forças de segurança e o exército por terem conseguido a libertação de centenas de reféns nas prisões de Azuay, Cañar, Cotopaxi, Tungurahua, Loja, El Oro e Esmeraldas.
"Parabéns ao trabalho patriótico, profissional e corajoso das Forças Armadas, da Polícia Nacional e do SNAI" (Serviço Nacional de Atenção Integral às Pessoas Privadas de Liberdade, a agência penitenciária do Equador), disse Noboa.
O Presidente destacou ainda a liderança dos ministros do Interior, Mónica Palencia, e da Defesa, Giancarlo Loffredo, "por conseguirem a libertação do pessoal de segurança e vigilância penitenciária e do pessoal administrativo detido".
O SNAI, em comunicado, destacou que as ações conjuntas entre militares, polícias e guardas prisionais, "foram concluídas de forma bem sucedida com a libertação" de todos os reféns.
A agência acrescentou que "estão a ser realizadas avaliações médicas para salvaguardar" a saúde dos reféns que, em alguns casos, como na prisão de Esmeraldas, situada no noroeste do país, junto à fronteira com a Colômbia, foram resgatados graças à mediação das igrejas católica e evangélica.
O SNAI acrescentou que "iniciará as investigações pertinentes para apurar as causas e os responsáveis pelos últimos acontecimentos" registados nas prisões.
Da mesma forma, a agência reiterou o seu compromisso "com a segurança, a reabilitação e o respeito aos direitos humanos no sistema penitenciário" do Equador.
Na manhã de sábado, o SNAI tinha informado que 133 guardas e três funcionários administrativos permaneciam reféns em vários estabelecimentos prisionais.
Horas antes, as Forças Armadas do Equador disseram que recuperaram o controlo de pelo menos duas das seis prisões onde tinham ocorrido motins.
Os motins registaram-se na sequência de dia de terror e caos na terça-feira, atribuído a grupos de crime organizado, que incluiu ataques bombistas, o rapto e assassínio de polícias e um ataque armado a uma estação de televisão.
A vaga de violência surgiu numa altura em que Daniel Noboa se preparava para pôr em prática um plano para recuperar o controlo das prisões, dominadas por grupos criminosos.
O Equador está a ser devastado pela violência depois de se ter tornado o principal ponto de exportação da cocaína produzida nos vizinhos Peru e Colômbia.
O Governo declarou na terça-feira um "conflito armado interno" e classificou as quadrilhas de crime organizado como grupos terroristas e alvos militares.