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Estamos a 90 segundos do desastre final e o Relógio do Apocalipse não pára de contar

23 jan, 2024 - 18:52 • Miguel Marques Ribeiro

O dispositivo criado em 1945 por Albert Einstein e Robert Oppenheimer avisa os líderes mundiais para o grau de aproximação a um ponto de não retorno em que o desastre apocalíptico se torna inevitável.

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O Relógio do Apocalipse continua a colocar a humanidade a apenas 90 segundos do "dia do juízo final", tal como aconteceu em 2023. Isto significa que os líderes mundiais não foram capazes de inverter, durante o último ano, “as tendências que nos encaminham em direção ao desastre”, declarou o Boletim dos Cientistas Atómicos, entidade responsável pelo acerto da hora.

Este dispositivo foi criado em 1945 por Albert Einstein, J. Robert Oppenheimer e cientistas da Universidade de Chicago que ajudaram a desenvolver as primeiras armas atómicas no Projeto Manhattan. O objetivo é ter um instrumento que funcione como um indicador da maior ou menor aproximação da Terra ao dia de um eventual desastre apocalíptico, aqui representado simbolicamente pela meia-noite.

Entre as principais ameaças que atualmente colocam a Terra a um pequeno passo do precipício, os promotores apontam as diversas guerras em curso no mundo, com destaque para o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, as alterações climáticas, que transformaram 2023 no ano mais quente de sempre, a sofisticação crescente das tecnologias de engenharia genética e o avanço dramático da inteligência artificial.

“Como se estivessem no Titanic, os líderes estão a conduzir o mundo para a catástrofe – mais bombas nucleares, vastas emissões de carbono, patógenos perigosos e inteligência artificial”, afirmou Jerry Brown, diretor-executivo do Boletim.

O relógio foi configurado pela primeira vez em 1947, para as 23h53. Desde então, os ponteiros não têm parado de avançar e recuar. Em 1991, o relógio fixou-se na hora mais distante do ponto de não retorno, quando foi colocado nas 23h43. Nos últimos anos, porém, a aproximação à meia-noite tem sido constante e desde 2018 que o relógio está acima das 23h58.

“É urgente que governos e comunidades em todo o mundo ajam”, defendeu Rachel Bronson, presidente da instituição. “E o Boletim continua esperançoso - e inspirado - em ver as gerações mais jovens a liderar o ataque”, concluiu.


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