26 jan, 2024 - 21:52 • João Pedro Quesado
Donald Trump foi condenado a pagar mais de 83 milhões de dólares, o equivalente a 76 milhões de euros, a E. Jean Carroll por difamar a escritora enquanto era Presidente dos Estados Unidos da América. A decisão foi anunciada esta sexta-feira, num tribunal federal em Nova Iorque.
O júri decidiu atribuir a E. Jean Carroll 65 milhões de dólares em indemnizações punitivas. Os restantes 13,3 milhões são atribuídos em compensação pelos danos “mais do que nominais” que a escritora sofreu devido às declarações de Trump em 2019, determinou o júri, citado pelo “The New York Times”.
Em 2019, depois de acusado pela escritora de abuso sexual na década de 1990, Donald Trump afirmou que a escritora era “maluca” e que as acusações eram falsas.
Em maio de 2023, Trump foi condenado a pagar uma indemnização de 5 milhões de dólares a E. Jean Carroll, considerando-o culpado de abusar sexualmente a escritora e de a difamar em outubro de 2022.
O julgamento agora concluído centrou-se apenas nas declarações do ex-presidente norte-americano em junho de 2019. O caso foi adiado repetidamente por recursos ao longo de quatro anos.
Donald Trump, que é, pela terceira vez, o favorito(...)
No depoimento, E. Jean Carroll afirmou que os ataques repetidos mobilizaram muitos dos apoiantes de Donald Trump, provocando uma onda de ataques nas redes sociais e até no e-mail pessoal da escritora.
Donald Trump, que é, pela terceira vez, favorito à nomeação do Partido Republicano para a Casa Branca, é o arguido principal em pelo menos mais quatro investigações criminais, três delas a nível federal.
Trump já tem julgamento marcado no caso das tentativas de se manter no poder após a eleição de 2020 – que culminaram nos ataques de 6 de janeiro ao Capitólio, o edifício do Congresso dos EUA onde os resultados estavam a ser certificados.
Os outros dois casos com julgamento marcado são o da retenção de documentos classificados como segredos de segurança nacional após abandonar a Casa Branca e dos pagamentos para encobrir um escândalo sexual durante a campanha de 2016.
O quarto caso, acerca dos esforços de Trump para reverter a derrota eleitoral de 2020 no estado da Geórgia, ainda não tem data marcada para o julgamento.