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Vapor de água detetado na atmosfera no menor planeta fora do sistema solar

26 jan, 2024 - 06:35 • Lusa

A NASA e a ESA afirmam que o planeta é um "mini Neptuno", com uma atmosfera rica em hidrogénio e carregada de água, ou uma versão mais quente da lua Europa, de Júpiter, que contém duas vezes mais água do que a Terra sob a sua crosta.

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O telescópio espacial Hubble detetou vapor de água na atmosfera do menor planeta conhecido fora do sistema solar, anunciaram esta sexta-feira as agências espaciais norte-americana (NASA) e europeia (ESA).

A presença de "água num planeta tão pequeno é uma descoberta marcante", afirmou a codiretora da investigação, Laura Kreidberg, do Instituto Max Planck de astronomia, na Alemanha.

"Isso deixa-nos cada vez mais perto de descobrir mundos verdadeiramente semelhantes à Terra", considerou.

O planeta em questão, GJ 9827d, cujo diâmetro é aproximadamente o dobro do da Terra, localiza-se na constelação de Peixes, a 97 anos-luz de distância, ou mais de 900.000 mil milhões de quilómetros, segundo um comunicado de imprensa das agências.

A NASA e a ESA afirmam que o planeta é um "mini Neptuno", com uma atmosfera rica em hidrogénio e carregada de água, ou uma versão mais quente da lua Europa, de Júpiter, que contém duas vezes mais água do que a Terra sob a sua crosta.

"O GJ 9827d pode ser metade água e metade rocha. Haverá muito vapor de água em pedaços menores de rocha. Até agora, não conseguimos detetá-la diretamente na atmosfera de um planeta tão pequeno, mas estamos a chegar lá aos poucos", explicou Björn Benneke, da Universidade de Montreal, que coliderou também a investigação.

Durante três anos, o Hubble analisou os comprimentos de onda das cores na atmosfera do GJ 9827d quando a luz da estrela em torno da qual orbita era filtrada através da sua atmosfera para detetar a presença de moléculas de água.

Embora este planeta tenha uma atmosfera rica em água, a sua temperatura de 425ºC torna-o inabitável.

Esta descoberta, no entanto, abre caminho a outros estudos do GJ 9827 e de planetas semelhantes, nomeadamente através do Telescópio Espacial James Webb, que pode usar as suas imagens de infravermelhos de alta resolução para procurar outras moléculas atmosféricas, tais como dióxido de carbono e metano.

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