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Agricultores espanhóis juntam-se ao movimento de protesto europeu

30 jan, 2024 - 15:46 • Lusa

Os agricultores europeus estão descontentes ee reivindicam dos Governos de vários países da União Europeia mais apoios e menos restrições. Os primeiros atos de protesto terão lugar à escala regional nas "próximas semanas", mas os organizadores não especificaram datas.

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As três principais organizações agrícolas espanholas anunciaram, esta terça-feira, a adesão ao movimento de protesto dos agricultores europeus com uma série de mobilizações previstas em todo o país durante as próximas semanas.

"O setor agrícola na Europa e em Espanha enfrenta uma frustração e um mal-estar crescentes devido às condições difíceis e à burocracia sufocante gerada pela regulamentação europeia", justificaram em comunicado, segundo a agência francesa AFP.

Os protestos foram convocados pela Associação Agrária Jovens Agricultores (Asaja), pela UPA - União de Pequenos Agricultores e Ganadeiros e pela Coordenadora de Organizações de Agricultores e Ganadeiros (COAG).

Os primeiros atos de protesto terão lugar à escala regional nas "próximas semanas", mas os organizadores não especificaram datas, segundo a agência espanhola EFE.

Entre os motivos, referiram a necessidade de mudanças a nível da União Europeia (UE), nas políticas governamentais e na aplicação pelas comunidades autónomas.

Os representantes do setor vão pedir ao ministro da Agricultura, Pescas e Alimentação, Luis Planas, "soluções imediatas" para resolver os problemas decorrentes da seca, da guerra na Ucrânia, da Política Agrícola Comum (PAC) e das questões laborais.

Em relação à UE, destacaram a "concorrência desleal" e a luta dos agricultores contra um mercado desregulado que importa de países terceiros "a preços baixos" e com regulamentos desiguais.


Consideraram tratar-se de "uma contradição e hipocrisia" que põem em causa a viabilidade de milhares de explorações agrícolas.

As organizações anunciaram ainda que vão exigir a suspensão da ratificação dos acordos com o Mercosul e a Nova Zelândia, e das negociações com o Chile, o Quénia, o México, a Índia e a Austrália, bem como um aumento dos controlos das importações provenientes de Marrocos.

Além destas exigências, vão protestar contra a atual PAC, cuja campanha começa na quinta-feira, 1 de fevereiro, que consideraram implicar uma burocracia insuportável e com custos ambientais.

A nível nacional, vão exigir a alteração e o alargamento da lei sobre a cadeia agroalimentar para proibir práticas desleais - de modo a que os preços dos agricultores cubram os custos de produção - e que o Ministério da Agricultura crie um observatório das importações e que a batalha em Bruxelas seja reforçada para exigir reciprocidade para todos os produtos agrícolas e pecuários que entram no território da UE.

Os agricultores vão também pedir às comunidades autónomas "reformas urgentes em termos de simplificação dos procedimentos burocráticos que asfixiam os profissionais da agricultura".

O campo espanhol junta-se assim às ações conjuntas de agricultores de países como a França, a Itália, a Bélgica, a Alemanha, a Polónia e a Roménia.

No âmbito do movimento, os agricultores franceses continuaram esta terça-feira a bloquear vias estratégicas em torno de Paris e noutros pontos do país, aumentando a pressão sobre o Governo.

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