06 fev, 2024 - 05:50 • Lusa
A NASA pretende lançar esta terça-feira um satélite revolucionário que permitirá analisar os "sinais vitais" da Terra e alcançar uma melhor compreensão da saúde do planeta, especialmente os oceanos e a atmosfera.
A oceanógrafa da NASA Violeta Sanjuan explicou esta segunda-feira à agência Efe que o PACE será colocado numa órbita mais distante que a Estação Espacial Internacional (ISS), a cerca de 677 quilómetros da Terra.
A cientista espanhola destacou que se trata de um satélite revolucionário porque irá fornecer detalhes do oceano, especialmente das microalgas (fitoplâncton), que nunca tinham sido alcançados antes.
O fitoplâncton - explica - representa apenas 1% da massa vegetal total do planeta (incluindo terrestre), mas mesmo assim "gera aqueles 50% a 60% do oxigénio" que estão disponíveis no planeta.
"É altamente eficiente na captura de dióxido de carbono e na liberação de oxigénio, muito mais que as plantas terrestres", enfatizou.
A missão PACE, sigla em inglês para Plankton, Aerosols, Clouds and Ocean Ecosystems, é única, porque além de analisar detalhadamente o fitoplâncton, o faz do ponto de vista da sua interação com aerossóis e substâncias suspensas no ar.
Visão diferente dos oceanos
"Isso dará uma visão incrível que não tínhamos até agora, de como os nossos oceanos se comportam, de como é a atmosfera e como ambos interagem e regulam o nosso clima", frisou Sanjuan.
O satélite é composto por três instrumentos, um destes é um sensor que pode identificar até 256 cores no oceano, enquanto as ferramentas anteriores só conseguiam diferenciar menos de dez tonalidades, detalhou ainda.
"A quantidade de volume de dados é incrível em comparação com o que tínhamos antes", frisou a cientista.
A importância de determinar essas tonalidades deve-se ao facto de a cor do fitoplâncton variar de acordo com a sua espécie.
Este organismo é muito importante, não só porque é a base da cadeia alimentar e a origem da vida, mas pela importância que tem para as alterações climáticas, acrescentou Sanjuan.
"Conhecer a saúde dos nossos oceanos é essencial, já que são os pulmões do nosso planeta", enfatizou a oceanógrafa da missão PACE no Goddard Space Flight Center da NASA, em Greenbelt (Maryland).