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Países Baixos. Negociações para coligação liderada por extrema-direita em risco

07 fev, 2024 - 07:17 • Lusa

No sistema político neerlandês altamente fragmentado, onde nenhum partido é suficientemente forte para governar sozinho, a saída das urnas marca geralmente o início de meses de negociações.

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O partido reformista Novo Contrato Social, fundamental nas negociações para formar uma coligação governamental nos Países Baixos, retirou-se esta terça-feira da mesa de negociações, um revez para o líder da extrema-direita Geert Wilders, que aspira tornar-se primeiro-ministro.

O partido liderado por Pieter Omtzigt anunciou a saída desta ronda de negociações devido a um desacordo sobre as finanças públicas, o que torna impossível a Wilders, vencedor das eleições, formar uma maioria governamental.

O Novo Contrato Social (NSC) apontou, numa carta aos seus membros, que permanecerá construtivo nas negociações, mas pareceu descartar a possibilidade de formar um governo de maioria com Wilders.

"Poderá ser um apoio construtivo para um governo minoritário, por exemplo", sublinhou o partido.

Wilders venceu as eleições legislativas em novembro com um manifesto anti-Islão, cético em relação ao clima e islamofóbico, causando ondas de choque nos Países Baixos e noutros países.

Mas, ao contrário do que acontece no Reino Unido por exemplo, o líder do partido vitorioso não toma automaticamente as rédeas do país.

No sistema político neerlandês altamente fragmentado, onde nenhum partido é suficientemente forte para governar sozinho, a saída das urnas marca geralmente o início de meses de negociações.

Wilders iniciou negociações com três outros partidos, mas sem o NSC e os seus 20 lugares dos 150 no Parlamento, não tem hipóteses de formar um governo maioritário.

O Partido para a Liberdade (PVV), de Wilders, obteve 37 lugares na câmara baixa, muito mais do que as sondagens previam, mas precisa do apoio de 76 deputados dos 150 no parlamento para governar.

Omtzigt já tinha manifestado o seu desacordo com partes do manifesto de Wilders consideradas inconstitucionais, tais como os seus elementos anti-Islão, mas também com planos para o "Nexit", uma saída dos Países Baixos da UE.

"Incrivelmente dececionante", frisou, por sua vez, Wilders, através da rede social X.

"Os Países Baixos querem este governo e agora Pieter Omtzigt está a atirar a toalha enquanto ainda estávamos em conversações. Não entendo nada", acrescentou.

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