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Instagram e Threads vão deixar de recomendar "proactivamente" conteúdo político

11 fev, 2024 - 14:33 • Miguel Marques Ribeiro

A decisão surge num ano em que quase metade da população mundial, incluindo Portugal, se prepara para ir a eleições.

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A empresa Meta anunciou esta sexta-feira que vai condicionar o acesso a conteúdo político no Instagram e no Threads.

Temas como a atividade de governos, eleições ou tópicos sociais passam a ter um tratamento diferenciado dos restantes, cabendo ao utilizador assumir explicitamente o desejo de obter sugestões relacionadas com esse tipo de conteúdo.

Num comunicado dirigido aos utilizadores da plataforma, o Instagram justifica a decisão por “não querer proativamente recomendar conteúdo político oriundo de contas que não são seguidas” pelo utilizador.

Em concreto, foi decidido que nas definições de “Conteúdo sugerido” passa a existir uma entrada específica para “Conteúdo político”, cuja pré-definição vai no sentido de limitar o acesso a esses temas.

Se o utilizador desejar receber essas sugestões de conteúdo tem ele próprio que optar por um acesso não limitado.

Estas alterações deverão entrar em vigor nas próximas semanas no Instagram e Threads e, num momento posterior, no Facebook.

No caso específico do Instagram vão-se aplicar aos espaços onde a plataforma recomenda conteúdo, como o Explorador, o Reels, as Recomendações In-Feed e na sugestão de utilizadores.

Impacto nos orgãos de comunicação social em ano eleitoral

As decisões da empresa liderada por Mark Zuckerberg e que detém, para além do Instagram e do Threads, o Facebook e o Whatsapp, surgem em plena campanha eleitoral em Portugal e num ano em que se vão realizar-se, em termos globais, 76 atos eleitorais envolvendo quase metade da população mundial.

O Instagram sublinha que não vão verificar-se alterações na forma como “mostramos aos utilizadores conteúdo das contas que eles escolhem seguir”.

Não se trata, portanto, de proibir a circulação de conteúdo político. “Se decidir seguir contas que publicam conteúdo político não queremos interpor-nos entre você e esse conteúdo”, diz o comunicado.

No entanto, é de esperar que, para as empresas que produzem conteúdo informativo, nomeadamente os orgãos de comunicação social, esta decisão acabe por ter impactos na respetiva visibilidade.

Segundo um estudo da OberCom, o Instagram é a rede social com maior crescimento nos últimos anos (a par da plataforma de "messaging" Whatsapp). Com 54% dos utilizadores, está atrás apenas do Facebook (que tem registado um declínio nos último anos), do Whatsapp e da plataforma de vídeo Youtube (esta última pertencente à Google).

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