15 fev, 2024 - 19:35 • Lusa
O Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, afirmou esta quinta-feira que a Autoridade Palestiniana (AP) é "responsável" pela Faixa de Gaza e que está pronta a assumir "imediatamente" o seu papel no enclave assim que a "agressão" israelita cessar.
"Fomos e continuamos a ser responsáveis por Gaza, e continuaremos a sê-lo", afirmou Abbas numa entrevista ao jornal saudita Asharq al-Awsat, na qual também censurou os Estados Unidos por não exercerem pressão suficiente sobre Israel para que cesse os ataques que já custaram a vida a 28.600 pessoas.
Abbas lamentou a ausência de um parceiro israelita verdadeiramente empenhado na paz, depois do "obstáculo" em que se tornou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para pôr fim ao conflito na Faixa de Gaza, controlada desde 2007 pelos xiitas do Hamas.
"A tragédia que se desenrola em Gaza e nos territórios palestinianos não tem paralelo", denunciou Abbas, que censurou Israel por utilizar o "pretexto da segurança" para "desmantelar as infraestruturas palestinianas".
Israel sublinhou ainda que durante as últimas 24 h(...)
Abbas insistiu que a paz exige o reconhecimento do Estado palestiniano, com Jerusalém Oriental como capital e as fronteiras de 1967 reconhecidas internacionalmente, bem como a adesão plena às Nações Unidas, seguida de uma conferência de paz em que sejam garantidos os prazos para o fim da ocupação israelita.
A este respeito, Abbas, líder da Fatah e que governa na Cisjordânia, revelou que a AP tem o "compromisso" de vários altos funcionários do Governo norte-americano, incluindo o do secretário de Estado, Antony Blinken, com a solução de dois Estados, embora tenha censurado o facto de, por enquanto, serem apenas "palavras", e apelou a "progressos tangíveis no terreno".
"Israel continua a minar o processo político, rejeitando as resoluções internacionais e aumentando a violência contra os palestinianos, especialmente em Gaza, juntamente com a discriminação na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental", disse Abbas.
"Apelamos aos Estados Unidos para que ponham em prática o que é necessário para um verdadeiro processo político baseado no direito internacional, garantindo a segurança e a estabilidade para todos", concluiu.