16 fev, 2024 - 08:26 • Lusa
O Partido Conservador do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, sofreu duas novas derrotas ao perder dois lugares no parlamento para o Partido Trabalhista, da oposição, em eleições parciais realizadas na quinta-feira.
Dan Egan ganhou o assento na Câmara dos Comuns pelo círculo eleitoral de Kingswood, no sudoeste de Inglaterra, e Gen Kitchen ganhou em Wellingborough, no centro do país, derrubando as grandes margens que os conservadores tinham obtido nas últimas eleições legislativas, em 2019.
De acordo com os resultados, o Partido Trabalhista obteve 44,9% dos votos em Kingswood e 45,9% em Wellingborough, contra 34,9% e 24,6% do Partido Conservador, respetivamente.
A maior surpresa foi o desempenho do Partido Reformista, de extrema-direita, que ficou em terceiro lugar nas duas circunscrições (10,4% em Kingswood e 13% em Wellingborough), colocando pressão sobre os conservadores.
O líder trabalhista, Keir Starmer, disse que os resultados "mostram que as pessoas querem mudança" porque os conservadores "falharam", atribuindo a recessão económica à gestão de Rishi Sunak.
"É por isso que temos visto tantos antigos eleitores conservadores a mudarem diretamente para este Partido Trabalhista transformado", reivindicou.
Os resultados contribuem para agravar os receios entre os conservadores de que, após 14 anos no poder, o partido esteja a caminhar para uma derrota quando se realizarem eleições legislativas no final do ano.
Os 'tories' continuam entre 10 e 20 pontos percentuais atrás dos trabalhistas nas sondagens de opinião e já perderam 10 eleições parciais desde as últimas eleições legislativas, em 2019, mais do que qualquer governo desde a década de 1960.
Mesmo assim, mantêm uma maioria absoluta na Câmara dos Comuns, a câmara baixa do parlamento britânico.
O resultado destas duas eleições representam um alívio para o líder trabalhista, Keir Starmer, depois de uma semana difícil em que teve de retirar o apoio a um candidato numa outra eleição parlamentar parcial em Rochdale.
Azhar Ali deixou de representar o Partido Trabalhista por ter feito comentários antissemitas, pelo que o 'Labour' não estará no boletim de voto na eleição de 29 de fevereiro porque era demasiado tarde para apresentar um substituto.