17 fev, 2024 - 10:46 • Diogo Camilo e Lusa
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky voltou este sábado a pedir ajuda a aliados, considerando que “manter a Ucrânia artificialmente desprovida de armas” está a ajudar Putin a fortalecer-se e que, se Trump decidir visitar o país”, vai consigo “para a linha da frente”.
Em discurso na Conferência de Segurança de Munique, numa altura em que a guerra na Ucrânia completa quase dois anos, Zelensky renovou o convite ao ex-presidente norte-americano e favorito à reeleição pelo Partido Republicano Donald Trump para visitar a Ucrânia, oferecendo-se para acompanhá-lo pessoalmente à zona de combate para entender melhor a guerra.
"Se o Sr. Trump vier, estou até disposto a ir com ele para a linha da frente", disse Zelensky.
Zelensky sublinhou ainda que “manter a Ucrânia artificialmente desprovida de armas, em particular de artilharia e de capacidades de longo alcance, permite a Putin adaptar-se à atual intensidade da guerra".
“Não perguntem à Ucrânia quando é que a guerra vai acabar. Perguntem a vocês mesmos: por que Putin é a perpetua?”, questiona.
Zelensky comentou ainda a morte de Alexei Navalny, o opositor russo que faleceu esta sexta-feira. “Putin mata quem ele quiser, seja um líder da oposição ou quem quer que seja uma ameaça”, afirmou.
Sobre a retirada do exército ucraniano da cidade Avdiivka, o presidente ucraniano considerou esta uma "decisão justa" para "salvar o maior número de vidas possível", numa altura em que os soldados lutam para resistir ao ataque das tropas russas.
"Foi uma decisão profissional para salvar o maior número de vidas possível (…) foi uma decisão justa", sublinhou Volodymyr Zelensky na Conferência de Segurança de Munique, no sul da Alemanha.
Durante o seu discurso, Zelensky afirmou que as ações das tropas do seu país na linha da frente são limitadas apenas pela falta de munições e mísseis de longo alcance do Ocidente, permitindo à Rússia adaptar-se à situação no campo de batalha.
"As nossas ações são limitadas apenas pela eficácia e pelo alcance das nossas forças. Avdivka é o teste", afirmou, após as tropas de Kiev se retiraram da cidade oriental na noite de sexta-feira.
"A Ucrânia demonstrou que pode forçar a Rússia a retirar-se e que é capaz de restabelecer as regras. Podemos recuperar o nosso território e (o Presidente russo Vladimir) Putin pode perder, o que já aconteceu mais do que uma vez no campo de batalha", reforçou.