26 fev, 2024 - 07:01 • Lusa
O Exército israelita apresentou um plano para a retirada das populações civis das "zonas de combate" na Faixa de Gaza, anunciou esta segunda-feirao gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Este anúncio surge antes de uma anunciada ofensiva terrestre israelita em Rafah, uma cidade sobrepovoada do sul do território palestiniano, considerada por Netanyahu o "último bastião" do movimento islamita Hamas.
No domingo, o Governo israelita prometeu desencadear esta operação militar, apesar das negociações em curso destinadas a garantir uma nova trégua na guerra contra o Hamas.
A ofensiva em direção a esta cidade do sul da Faixa de Gaza, onde se concentram 1,5 milhões de civis, encurralados contra a fronteira encerrada do Egito, apenas será "adiada" caso seja concluída uma nova trégua, advertiu o primeiro-ministro israelita em declarações à cadeia televisiva norte-americana CBS.
Ao desencadear esta operação, Israel ficará "a algumas semanas" de garantir uma "vitória total" sobre o movimento islamita, afirmou.
Enquanto prosseguem no Qatar as negociações na perspetiva de uma nova trégua, a cidade de Rafah foi atingida no domingo por novos bombardeamentos, para além dos violentos combates que prosseguem na cidade em ruínas de Khan Yunis, um pouco mais a norte.
O Ministério da Saúde de Gaza, tutelado pelo Hamas, referiu-se a 86 mortos nas últimas 24 horas.
A Faixa de Gaza, totalmente cercada por Israel, está confrontada desde o início da guerra, em 07 de outubro, com uma grave catástrofe humanitária com 2,2 milhões de pessoas, a quase totalidade da população do enclave, sob ameaça de "fome generalizada", segundo a ONU.
No domingo, e segundo a agência noticiosa AFP, centenas de pessoas, assoladas pela fome, saíram do norte de Gaza, onde 300.000 habitantes arriscam a fome, segundo a ONU.
A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em represália, Israel lançou uma ofensiva no território palestiniano que já causou mais de 29 mil mortos, na maioria mulheres, crianças e adolescentes, de acordo o Hamas, que controla o território desde 2007.
A população da Faixa de Gaza confronta-se com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.