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Guerra na Ucrânia. Macron não exclui envio de tropas por países europeus

27 fev, 2024 - 01:06 • Reuters com João Pedro Quesado

O Presidente francês diz que não há consenso, mas que "nada deve ser excluído". Os EUA já declararam que não há planos norte-americanos nem da NATO para colocar tropas na Ucrânia.

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O Presidente francês abriu esta segunda-feira a porta ao envio de tropas para a Ucrânia pelos países europeus. Na conferência de imprensa após um encontro entre vários países sobre o apoio à Ucrânia, Emmanuel Macron avisou que não há consenso sobre a participação de tropas no conflito, mas os aliados concordaram em aumentar os esforços para enviar mais munições a Kiev.

Cerca de 20 líderes europeus estiveram reunidos em Paris para enviar uma mensagem de determinação europeia ao Presidente russo, Vladimir Putin, e contrariar a narrativa do Kremlin que a Rússia está prestes a vencer uma guerra que entrou agora no terceiro ano.

"Não há consenso nesta altura para enviar tropas para o terreno", disse Macron aos jornalistas. Contudo, "nada deve ser excluído". "Vamos fazer tudo o que devemos para que a Rússia não vença", garantiu.

Fonte da Casa Branca disse à Reuters que os Estados Unidos não têm planos para enviar tropas para combater na Ucrânia e que também não há planos para enviar tropas da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para o confronto com a Rússia.

Macron convidou os seus homólogos europeus para o Palácio do Eliseu, num encontro marcado à pressa para debater como aumentar o fornecimento de munições à Ucrânia, num momento em que os conselheiros franceses apontam para um aumento da agressão russa nas últimas semanas.

O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, que tem sido opositor do apoio militar à Ucrânia, declarou que vários países da NATO e Estados-membro da União Europeia estavam a considerar enviar soldados para a Ucrânia numa base bilateral.

Já António Costa assegurou que "não há nenhum cenário em que essa questão se tenha se tenha colocado", e não vê "que qualquer país da NATO o deva fazer".

"São decisões que a serem tomadas terão que ser tomadas coletivamente, porque numa Aliança de defesa coletiva a gestão de riscos é também do interesse comum de todos, mas não foi tema" na reunião, garantiu o primeiro-ministro português.

Macron afirmou que "muitas pessoas que dizem 'nunca' hoje são as mesmas pessoas que disseram 'nunca tanques, nunca aviões, nunca mísseis de longo alcance' há dois anos".

"Tenhamos a humildade de apontar que estivemos muitas vezes seis a doze meses atrasados. Este era o objetivo da discussão desta tarde: tudo é possível se for útil para atingir os nossos objetivos", declarou o Presidente francês, que acrescentou que a Europa não deve depender dos Estados Unidos para lutar na Ucrânia.

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