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guerra no médio oriente

Hamas e Israel continuam a negociar acordo em "pontos básicos" para trégua de 40 dias

05 mar, 2024 - 09:15 • Redação com Lusa e Reuters

Fontes palestinianas e egípcias chegaram a falar de um princípio de acordo, mas Hamas anunciou que para já não há nenhum consenso substantivo.

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Os negociadores do Hamas permanecerão no Cairo por mais um dia, prolongando assim as negociações de cessar-fogo com Israel depois de dois dias sem avanços, declarou à Reuters uma autoridade do grupo islamita nesta terça-feira.

O objetivo é alcançar, ainda antes do Ramadão, que começa no início da próxima semana, uma trégua de 40 dias durante a qual os reféns israelitas seriam libertados e a ajuda a Gaza seria retomada.

"A delegação permanecerá no Cairo na terça-feira para mais negociações", disse uma autoridade do Hamas à Reuters. A agência noticiosa adianta ainda que a intervenção dos mediadores presentes nas negociações foi determinante para a prorrogação do prazo.

Estas informações foram confirmadas pela televisão egípcia Al Qahera que adiantou que o processo está a "enfrentar dificuldades".

Trégua e troca de reféns por prisioneiros em cima da mesa

Nesta terça-feira, a agência EFE chegou a avançar que Hamas e Israel tinham alcançado um princípio de acordo sobre os "pontos básicos" do plano, com base em fontes palestinianas e egípcias próximas das conversações.

Os termos acordados previam que durante o cessar-fogo de 40 dias fossem libertados 40 reféns israelitas, incluindo mulheres, crianças e homens com mais de 60 anos, em troca de 404 prisioneiros palestinianos que se encontram nas prisões israelitas.

As fontes palestinianas e egípcias pediram para não serem identificadas, uma vez que as negociações ainda continuam em curso na capital egípcia.

Hamas alega que Netanyahu não está interessado num acordo

No entanto, outras fontes do Hamas tinham já adiantado à agência Reuters que as negociações desta terça-feira tinham terminado sem nenhum consenso substantivo.

Um alto funcionário do Hamas, Bassem Naim, declarou à Reuters que o grupo militante apresentou a sua proposta de acordo de cessar-fogo aos mediadores e agora aguardava uma resposta dos israelitas, que se mantiveram afastados desta ronda.

"(O primeiro-ministro Benjamin) Netanyahu não quer chegar a um acordo e a responsabilidade está agora está no campo dos americanos" para pressioná-lo por um acordo, disse Naim.

Acordo aprovado por Israel já está sobre a mesa e cabe ao Hamas aceitá-lo

Um alto funcionário israelita, questionado sobre os comentários de Naim de que Israel estava a atrasar o acordo, afirmou: "A afirmação é incorreta. Israel está a fazer todos os esforços para chegar a um acordo. Estamos a aguardar uma resposta do Hamas." Oficialmente, Israel recusou-se a comentar publicamente as conversações no Cairo.

Outra fonte garantiu à Reuters que Israel estava afastado porque o Hamas rejeitou a sua exigência de fornecer uma lista de todos os reféns que ainda estão vivos. Naim disse que isso seria impossível sem a existência prévia de um cessar-fogo, já que os reféns estavam espalhados pela zona de guerra e mantidos por grupos separados.

Fontes de segurança egípcias disseram na segunda-feira que ainda estavam em contato com os israelitas para garantir que as negociações continuam, mesmo sem a presença de uma delegação israelita.

Washington, que é ao mesmo tempo o aliado mais próximo de Israel e patrocinador das negociações de cessar-fogo, disse que um acordo aprovado por Israel já está sobre a mesa e cabe ao Hamas aceitá-lo. O Hamas contesta este relato como uma tentativa de desviar a culpa de Israel caso as negociações venham a fracassar.

Hospitais cheios de crianças que morrem de fome

Os Estados Unidos também apelaram a Israel para que faça mais para aliviar a catástrofe humanitária em Gaza, onde mais de 30 mil palestinianos foram mortos pelo ataque de Israel, lançado após os ataques do Hamas que mataram 1.200 pessoas em Outubro.

A fome é um dos principais dramas que a população enfrenta neste momento. O fornecimento de ajuda, já drasticamente reduzido desde o início da guerra, diminuiu para apenas uma fração no último mês. Áreas inteiras do território estão completamente isoladas de alimentos. Os poucos hospitais em funcionamento de Gaza, já sobrecarregados com feridos, estão agora cheios de crianças que morrem de fome.

[Atualizada às 14h37]

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