05 mar, 2024 - 23:14 • Lusa
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, celebrou esta terça-feira a destruição do barco-patrulha russo Sergei Kotov num ataque ucraniano nas proximidades da península da Crimeia e avisou que não há "portos seguros" para a Rússia no Mar Negro.
"Não há portos seguros para terroristas russos no Mar Negro e nunca haverá. E não haverá espaço seguro para eles no céu, enquanto a nossa força ucraniana for suficiente. Isto aplica-se tanto ao abastecimento dos nossos parceiros como à nossa produção interna", observou.
O Presidente ucraniano disse que Kiev está a conseguir demonstrar o seu poderio militar, o que "é evidente no número de aviões russos abatidos", bem como nas operações bem-sucedidas levadas a cabo pelas Forças Armadas contra a Frota do Mar Negro da Rússia.
"Hoje quero agradecer a todos os nossos soldados, a todas as nossas unidades que estão a restaurar a segurança e o controlo tanto nos céus ucranianos como no nosso mar Negro", disse Zelensky durante um discurso relatado pela agência de notícias ucraniana Unian.
Não foram fornecidos números concretos, mas especu(...)
As autoridades ucranianas afirmaram esta terça que afundaram o barco-patrulha russo Sergei Kotov, da Frota do Mar Negro, num ataque realizado de madrugada perto do Estreito de Kerch, que liga o Mar Negro ao Mar de Azov, junto da península da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014.
Os serviços de informações militares do Ministério da Defesa ucraniano indicaram que o "navio inimigo" foi destruído por uma unidade especial com recursos a 'drones' navais.
As autoridades de Kiev referiram que um helicóptero de combate também estava a bordo do navio, tornando o ataque num "dois em um".
Segundo os serviços de informações ucranianos, pelo menos sete membros da tripulação morreram e outros seis ficaram feridos em resultado do ataque, enquanto as forças russas teriam conseguido retirar 50 pessoas que estavam a bordo.
O custo do navio é estimado em 65 milhões de dólares (60 milhões de euros), de acordo com Kiev.
O Ministério da Defesa de Moscovo não comentou a reivindicação do sucesso ucraniano, mas vários blogues militares russos confirmaram a perda do navio.
Os ataques bem-sucedidos com 'drones' e mísseis ucranianos são um grande impulso moral para Kiev, numa altura em que as suas forças enfrentam ataques russos ao longo da linha da frente de mais de mil quilómetros e a escassez de soldados, armas e munições.
Guerra na Ucrânia
"As tropas russas estão a tirar partido do atraso (...)
O desafio da superioridade naval da Rússia também ajudou a criar condições para as exportações de cereais e outras remessas com origem nos portos da Ucrânia no Mar Negro.
O ataque de hoje marca o mais recente uso bem-sucedido dos barcos não tripulados Magura, produzidos internamente na Ucrânia, e que se tornaram num inimigo da marinha russa.
No mês passado, 'drones' afundaram o navio anfíbio russo "Cesar Kunikov" e a corveta "Ivanovets".
Num outro ataque no final de dezembro, a Ucrânia disse ter destruído o navio de desembarque "Novocherkassk" no porto de Feodosia, na Crimeia, com mísseis de cruzeiro de longo alcance.
O Ministério da Defesa russo disse que a embarcação foi apenas danificada no ataque, mas blogues de guerra russos confirmavam que estava perdido, enquanto publicações nas redes sociais de Kiev satirizavam a situação, dizendo que engenheiros ucranianos conseguiam transformar navios em submarinos.
Os militares ucranianos também lançaram uma série de ataques persistentes com mísseis de cruzeiro e 'drones' contra instalações de radar russas, meios de defesa aérea e bases aéreas na Crimeia.
Aumentando as preocupações de Moscovo, as forças ucranianas abateram dois aviões russos de alerta e controlo sobre o Mar de Azov em janeiro e fevereiro, privando os militares russos de alguns dos seus mais preciosos meios de recolha de informações, somando-se por sua vez à destruição de vários jatos de combate desde o final do ano passado.
Estes ataques seguiram-se a outros altamente eficientes no início da guerra, incluindo o naufrágio, em abril de 2022, do principal cruzador de mísseis da frota do Mar Negro, o "Moskva", e um ataque com mísseis em setembro passado ao quartel-general no porto de Sebastopol.