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Bandeira branca? NATO diz que rendição seria "tragédia para os ucranianos"

11 mar, 2024 - 20:34 • Marta Pedreira Mixão , com agências

Rússia e Casa Branca também já reagiram a apelo do Papa para negociações de paz entre Kiev e Moscovo.

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O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, não concorda com o apelo do Papa Francisco para negociar o fim da guerra na Ucrânia desencadeada pela invasão russa.

"Se queremos uma solução negociada, pacífica e duradoura, a forma de a alcançar é dar apoio militar à Ucrânia", afirmou Stoltenberg.

"Não é altura para falar de rendição dos ucranianos. Isso seria uma tragédia para os ucranianos. Também seria perigoso para todos nós", sublinhou o secretário-geral da NATO.

O Papa Francisco disse, numa entrevista gravada no mês passado, que a Ucrânia deveria ter "a coragem da bandeira branca" para negociar o fim do conflito.

O porta-voz do Kremlin também já reagiu. Considera que o apelo do Papa Francisco para dar inicio a conversações para pôr fim à guerra na Ucrânia é "perfeitamente compreensível".

Dmitry Peskov refere que o Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou repetidamente que a Rússia estava aberta a conversações de paz. "Infelizmente, tanto as declarações do Papa como as repetidas declarações de outras partes, incluindo a nossa, foram recentemente objeto de recusas absolutamente duras", acrescentou.

Biden avisa que paz depende de Moscovo

A Casa Branca também já reagiu ao apelo do Papa Francisco e afirmou que o Presidente norte-americano, Joe Biden, respeita o Santo Padre, mas que a paz depende de Moscovo.

"O Presidente Biden tem um grande respeito pelo Papa Francisco e junta-se a ele nas orações pela paz na Ucrânia, que poderá ser alcançada se a Rússia decidir pôr fim a esta guerra injusta e não provocada e retirar as suas tropas do território soberano da Ucrânia", afirmou um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos da América citado pela Ansa.

"Infelizmente, continuamos a não ver nenhum sinal de que Moscovo queira acabar com esta guerra e é por isso que estamos empenhados em apoiar Kiev na sua defesa contra a agressão russa", sublinhou o representante do Conselho de Segurança Nacional.

Papa defende negociação

Após a divulgação da entrevista, a Santa Sé esclareceu que o Papa não estava a falar de rendição, mas sim de negociação.

"A nossa bandeira é amarela e azul. Esta é a bandeira pela qual vivemos, morremos e triunfamos. Nunca levantaremos outras bandeiras", declarou no domingo o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).

"Quando se trata da bandeira branca, conhecemos a estratégia do Vaticano na primeira parte do século XX. Apelo para que evitemos repetir os erros do passado e apoiemos a Ucrânia e o seu povo na sua luta pela vida", acrescentou.

No entanto, o chefe da diplomacia ucraniana disse esperar que Francisco "encontre a oportunidade de fazer uma visita canónica à Ucrânia".

Antes, a embaixada da Ucrânia junto do Vaticano afirmou que durante a Segunda Guerra Mundial "ninguém falou de negociações de paz com Hitler".

"É muito importante ser coerente! Quando falamos da Terceira Guerra Mundial, que estamos a viver, temos de aprender as lições da Segunda Guerra Mundial", escreveu a representação diplomática nas redes sociais, segundo a agência espanhola EFE.

A Turquia ofereceu-se na sexta-feira para acolher uma cimeira de paz entre Kiev e Moscovo durante uma visita do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a Istambul, defendendo a participação de Moscovo.

Comentários
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  • António Costa
    11 mar, 2024 Porto 20:52
    Para os ucranianos, que têm filhos, principalmente no secundário, para o povo em geral não me parece, vão-se alguns aneis, mas para a NATO não tenho dúvida alguma, até para si próprio.

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