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UE ativa mecanismo de proteção civil para "fornecimento estável" de ajuda a Gaza

12 mar, 2024 - 14:01 • Lusa

A guerra já matou mais de 30 mil palestinianos e expulsou cerca de 80% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza das suas casas.

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A União Europeia (UE) ativou o mecanismo de proteção civil para garantir um "fornecimento estável e significativo" de apoio humanitário à Faixa de Gaza, dados os ataques de Israel, anunciou a presidente da Comissão Europeia.

Intervindo na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo, enquanto um navio que saiu do Chipre vai a caminho do norte de Gaza com 200 toneladas de ajuda, a líder do executivo comunitário anunciou a ativação do "mecanismo de proteção civil da UE para reforçar o apoio" europeu.

"Vários países, incluindo alguns dos nossos Estados-membros, começaram a lançar por via aérea ajuda humanitária da Jordânia para Gaza [...] e encorajo todos os Estados-membros a contribuírem com os seus ativos, para permitir um fornecimento estável e significativo de ajuda a Gaza", apelou Ursula von der Leyen.

Relatando que "a situação no terreno é mais dramática do que nunca e atingiu um ponto de viragem", a presidente da Comissão Europeia vincou que "isto não pode acontecer", pedindo que a UE "utilize "todas as vias para chegar às pessoas necessitadas", nomeadamente através do corredor marítimo agora criado e de apoio logístico para coordenar o fluxo de mercadorias.

Sobre o navio que esta terça-feira zarpou de Chipre para o norte de Gaza, Ursula von der Leyen observou que "esta é a primeira vez que um navio é autorizado a entregar ajuda a Gaza desde 2005", sendo "mais uma tábua de salvação para a população".

"Quando estiver plenamente operacional, este corredor marítimo poderá garantir um fluxo sustentado, regulado e robusto de ajuda a Gaza", adiantou Ursula von der Leyen.

Após ter sido criticada por suspensão de fundos à Palestina, a responsável disse esta terça-feira que, este ano, a Comissão Europeia já afetou 250 milhões de euros à ajuda aos palestinianos, mas exortou que "a ajuda chegue aos civis que dela necessitam".

"É claro que Israel tem o direito de se defender e de lutar contra o Hamas, mas a proteção dos civis tem de ser assegurada a todo o momento, em conformidade com o direito internacional, e, neste momento, só há uma maneira de restabelecer um fluxo adequado de ajuda humanitária: a população de Gaza precisa de uma pausa humanitária imediata que conduza a um cessar-fogo sustentável e isso tem de acontecer já", defendeu ainda.

Já aludindo ao "risco real" de uma nova escalada de tensões no conflito, Ursula von der Leyen assinalou que "a situação na fronteira de Israel com o Líbano continua a ser explosiva", garantindo que a UE está "preparada para responder com sanções adicionais, no caso de o Irão fornecer mísseis balísticos à Rússia, como foi recentemente noticiado".

Um navio com 200 toneladas de ajuda humanitária partiu hoje do porto cipriota de Larnaca, sendo este carregamento um teste para a abertura de um corredor marítimo para fornecer ajuda humanitária à Faixa de Gaza, onde a fome se espalha cinco meses após o início da guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas.

As organizações dizem que é quase impossível entregar ajuda em grande parte do território devido às restrições israelitas, às hostilidades em curso e ao colapso da lei e da ordem, depois de a força policial dirigida pelo Hamas ter desaparecido em grande parte das ruas.

Não está ainda claro quão eficazes serão as entregas marítimas na resposta à catástrofe humanitária, uma vez que ainda haverá dificuldades na entrega da ajuda quando esta estiver dentro de Gaza.

A guerra já matou mais de 30 mil palestinianos e expulsou cerca de 80% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza das suas casas.

A ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza provocou mais de 31.100 mortos em cinco meses, segundo as autoridades do governo do Hamas, que controla o enclave palestiniano desde 2007.

Israel declarou guerra ao Hamas depois de ter sofrido um ataque sem precedentes em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, de acordo com as autoridades israelitas.

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