Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Cerca de 60 pessoas raptadas em novo ataque na Nigéria

13 mar, 2024 - 18:30 • Lusa

Caso acontece alguns dias após o desaparecimento de mais de 250 alunos de uma escola na mesma região.

A+ / A-

Cerca de 60 pessoas foram esta quarta-feira raptadas na cidade de Buda, no estado de Kaduna, no centro da Nigéria, num contexto de aumento de incidentes deste tipo nas últimas semanas, segundo fontes locais e das Nações Unidas.

Homens armados raptaram dezenas de pessoas no estado nigeriano de Kaduna, alguns dias após o rapto de mais de 250 alunos de uma escola na mesma região, disseram dois representantes locais e uma fonte das Nações Unidas, citados pela agência France Presse, AFP.

De acordo com o conselheiro local Abubakar Buda, entrevistado pelo canal de televisão nigeriano Channels TV, homens armados invadiram uma aldeia no distrito de Kajuru hoje de manhã e foram de "casa em casa" raptando residentes e abrindo fogo.

A intervenção militar impediu que mais pessoas fossem raptadas, segundo o Channels TV.

Trinta e duas mulheres e 29 homens foram raptados, disse o deputado local Usman Danlami Stingo ao Arise News, segundo a agência de notícias francesa.

Uma fonte da ONU, não autorizada a falar com a imprensa, confirmou à AFP que homens armados tinham atacado a aldeia na madrugada de hoje.

"A informação inicial era de que 40 pessoas tinham sido raptadas, mas o número subiu para cerca de 60", disse a fonte.

O mesmo número é confirmado pela agência espanhola Europa Press.

Segundo o inspetor-geral da polícia local, Kayode Egbetokun, serão enviados agentes para todo o estado para "acalmar os receios e criar confiança entre a população de Kaduna, especialmente nas comunidades rurais".

Por outro lado, o ministro da Educação da Nigéria, Yusuf Tanko Sununu, lamentou o incidente, numa conferência, em Kaduna.

"É inacreditável que tenhamos atualmente mais de 20 milhões de crianças fora da escola (na Nigéria)", disse.

"Vamos continuar a rezar para que a ajuda divina resolva esta tragédia enquanto o Governo lida com os raptores", disse à AFP um familiar de uma das crianças raptadas.

A Nigéria é assolada há anos pelo flagelo dos raptos por grupos terroristas e de criminosos, sobretudo desde que a organização Boko Haram raptou 276 raparigas em Chibok em abril de 2014.

Os bandos criminosos efetuam regularmente raptos em massa no noroeste da Nigéria. Têm como alvo escolas, aldeias e autoestradas, onde podem raptar rapidamente um grande número de pessoas para obterem um resgate.

A vaga de raptos em massa que afeta a Nigéria é um desafio para o Governo do Presidente, Bola Ahmed Tinubu, que prometeu, não só resolver o problema da insegurança, mas também combater a crise do custo de vida e atrair mais investimentos para o país mais populoso de África.

Cerca de 465 estudantes, professores e mulheres foram raptados na semana passada, incluindo mais de 280 de uma escola em Kaduna e 15 de uma escola islâmica em Sokoto.

Além disso, pelo menos 200 pessoas foram raptadas, também, na semana passada, num ataque de supostos membros do Boko Haram a um grupo de pessoas deslocadas em Borno (nordeste), um número que foi elevado para mais de 400 pela Amnistia Internacional (AI).

O nordeste da Nigéria é o epicentro das atividades do Boko Haram e da sua ramificação, o Estado Islâmico na África Ocidental (ISWA). Nos últimos meses, a insegurança alastrou a outras zonas do norte e do noroeste, alertando para uma eventual expansão destas redes terroristas e criminosas.

Neste contexto, as forças nigerianas libertaram um total de 4.488 reféns raptados por "bandidos" e outros grupos terroristas durante as suas operações em 2023, que também resultaram na morte de 6.880 elementos criminosos e na detenção de outros 6.790, de acordo com dados oficiais.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+