22 mar, 2024 - 17:49 • Ricardo Vieira, com Reuters
Um "ataque terrorista" na sala de concertos Crocus City Hall, em Krasnogorsk, nos arredores de Moscovo, seguido de explosões e de um incêndio, provocou esta sexta-feira mais de 60 mortos e 146 feridos. O número de vítimas foi atualizado pela agência de notícias RIA, que cita o Comité de Investigação da Rússia.
Pelo menos três homens vestidos com camuflados entraram no edifício e abriram fogo com armas automáticas durante um espetáculo da banda Picnik.
Um homem suspeito de envolvimento no tiroteio foi detido no local. Os restantes estarão em fuga, adianta a agência RIA.
O atentado já foi reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico.
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra homens armados a abrir fogo indiscriminadamente contra civis, incluindo mulheres. Há registo de crianças entre os feridos.
A agência de notícias TASS adianta que foram registadas explosões e um incêndio na sala de concertos. Um helicóptero está a tentar extinguir as chamas.
Devido ao incêndio a cobertura da sala de espetáculos corre o risco de ruir, adianta uma fonte citada pela agência RIA.
Na altura do ataque estariam no edifício mais de seis mil pessoas.
Unidades das forças especiais da polícia foram destacadas para o local, assim como meia centena de ambulâncias.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, fala num "crime monstruoso" e num "atentado terrorista sangrento".
"Aconteceu uma grande tragédia no Crocus City", afirma o presidente da Câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, num comunicado em que expressa condolências às famílias das vítimas.
Yulian Navalnnaya, mulher do opositor russo Alexei Navalny, também já endereçou condolências aos familiares dos mortos.
Todos os grandes eventos públicos em Moscovo foram cancelados no próximo fim de semana.
A Casa Branca diz que não há indicação de que a Ucrânia esteja envolvido no ataque contra a sala de espetáculos em Moscovo.
O assessor do chefe do gabinete do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, garante que a Ucrânia não está envolvida no ataque terrorista.
Este tiroteio aconteceu semanas depois de os países ocidentais terem alertado dos seus cidadãos para a possibilidade de um atentado terrorista em Moscovo.
Em 2002, um ataque contra o teatro Dubrovka, em Moscovo, provocou 170 mortos e 700 feridos. A responsabilidade foi atribuída a rebeldes tchetchenos.
[em atualização]