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Morte de Marielle orquestrada por chefe da Polícia do Rio de Janeiro e dois políticos importantes

24 mar, 2024 - 20:38 • João Carlos Malta

Os suspeitos detidos este domingo são Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro, Chiquinho Brazão, deputado federal pelo União Brasil. Os irmãos são políticos com um longo historial no estado do Rio de Janeiro. O terceiro envolvido é o ex-chefe da polícia do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa,

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O ex-chefe da polícia do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, foi preso pela Polícia Federal (PF), este domingo, por alegadamente ser o responsável pelo planeamento do assassínio da vereadora Marielle Franco, morta a tiro numa rua do Rio de Janeiro a 14 de março de 2018 juntamente com o seu motorista, Anderson Gomes.

O relatório de 479 páginas elaborado pela PF diz que Rivaldo Barbosa planeou meticulosamente a morte de Marielle.

O juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes usou este documento para justificar as três detenções oficializadas este domingo: a do ex-chefe da polícia do Rio de Janeiro, a do deputado federal Chiquinho Brazão e do irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas Domingos Brazão, ambos acusados de serem os mandantes.

"Ele [Rivaldo Barbosa] foi o responsável por ter o controlo do domínio final do facto, ao ter total ingerência nas mazelas inerentes à marcha da execução, sobretudo com a imposição de condições e exigências", lê-se numa passagem do relatório.

Rivaldo Barbosa aceitou participar no plano que resultou na morte de Marielle com a condição de ser ele a controlar todos os pormenores da execução e no pressuposto de todos os envolvidos obedecerem ao plano traçado por ele.

Chiquinho Brazão e Domingos Brazão eram políticos ligados a uma milícia que domina uma vasta área na zona oeste do Rio de Janeiro e cujos interesses Marielle combatia politicamente.

Rivaldo conseguiu impedir o avanço das investigações sobre as duas brutais mortes durante seis anos, devido ao controlo que tinha da polícia do Rio de Janeiro.

Concluída a investigação, o próximo passo cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode denunciar os suspeitos à Justiça.

A defesa de Domingos Brazão afirmou que o conselheiro do TCE do RJ é inocente. "Tenho certeza absoluta que improcede essa imputação. Ele não conhecia a Marielle, não tinha nenhuma ligação com a Marielle, e agora cabe à defesa provar isso (...) Tenho certeza absoluta que ele é inocente”, disse o advogado Ubiratan Guedes, na porta da sede da PF na Zona Portuária do Rio.

O advogado de Rivaldo Barbosa, Alexandre Dumans, disse que ocliente não obstruiu as investigações das mortes de Marielle e Anderson.

Além dos mandados de prisão, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou 12 mandados de busca e apreensão.

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