28 mar, 2024 - 14:15 • Lusa
Israel reivindicou esta quinta-feira ter matado mais de 200 militantes do Hamas na operação que o exército tem em curso desde 18 de março contra o Hospital al-Shifa em Gaza, no norte do enclave palestiniano.
As forças de defesa de Israel disseram num comunicado que os soldados israelitas foram alvo de fogo "durante o último dia, a partir do interior e do exterior do edifício que alberga os serviços de urgência do hospital".
As tropas israelitas retiraram "os doentes e as equipas médicas para instalações médicas alternativas criadas pelo exército para permitir a continuação dos tratamentos médicos adequados", segundo o comunicado citado pelas agências francesa AFP e espanhola Europa Press.
Do lado das autoridades de Gaza, controladas pelo Hamas, há relatos da morte de 66 pessoas durante a noite, principalmente em ataques aéreos, e de combates em Khan Younis e perto da cidade de Gaza.
O Ministério da Saúde disse que mais de 32.500 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza na resposta de Israel ao ataque do Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos.
Em Khan Younis, os soldados israelitas estavam hoje a realizar operações na zona dos hospitais Nasser e al-Amal, a cerca de um quilómetro de distância, bem como na zona de al-Qarara.
O Crescente Vermelho Palestiniano anunciou no início da semana que o hospital de al-Amal tinha deixado de funcionar e o exército israelita disse hoje que eliminou "dezenas de terroristas" no complexo, onde "encontrou engenhos explosivos e morteiros".
As informações divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato de forma independente.
O exército israelita mantém a intenção de atacar Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, apesar das críticas da generalidade da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos.
Em Rafah, que Israel considera ser o último grande reduto do Hamas, estão 1,5 milhões de palestinianos, a grande maioria dos quais deslocados pela violência noutras partes do território.
Principal aliado de Israel, os Estados Unidos receiam o custo humano de uma operação contra Rafah e preferem outras opções, como as operações dirigidas contra os dirigentes locais do Hamas.
Israel criticou a abstenção norte-americana no Conselho de Segurança da ONU que levou à recente adoção de uma resolução sobre um cessar-fogo e cancelou uma reunião em Washington para discutir a ofensiva terrestre em Rafah.
Mas, na quarta-feira, um alto funcionário dos Estados Unidos disse que o Governo israelita indicou que gostaria de encontrar uma nova data para a reunião sobre Rafah.
O Qatar, que desempenha o papel de mediador com o Egito e os Estados Unidos, assegurou esta semana a continuação das negociações indiretas entre Israel e o Hamas.
O objetivo é garantir uma trégua de várias semanas nos combates, associada a uma troca de reféns israelitas e de prisioneiros palestinianos.