29 mar, 2024 - 17:04 • Lusa
O presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, considerou esta sexta-feira que o ataque russo a duas centrais hidroelétricas ucranianas na noite passada representa uma ameaça, não só para o seu país, mas também para a Moldávia.
"As centrais hidroelétricas de Kanivska e Dniester foram deliberadamente atingidas pelo inimigo. O país terrorista quer repetir o desastre ambiental na região de Kherson. Mas agora não só a Ucrânia, mas também a Moldávia, estão sob ameaça. A água não vai parar nos pontos de passagem da fronteira, nem a guerra russa, a menos que a paremos na Ucrânia juntos e a tempo", disse.
A barragem da central de Nova Khakhovka, a cerca de 60 quilómetros da cidade de Kherson, foi atingida por um míssil no início de junho de 2023, causando uma inundação maciça de centenas de quilómetros quadrados, bem como mais de meia centena de mortos e danos estimados em mais de 3,5 mil milhões de euros.
Numa mensagem publicada no Telegram, Zelensky sublinhou, após a primeira reunião do Estado-Maior convocada pelo novo secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, Oleksandr Litvinenko, que "os desafios são muito graves", acrescentando que "os terroristas russos voltaram a atacar o setor energético ucraniano".
O primeiro-ministro Denis Schmigal, o ministro da Energia, German Galushcneko, e os presidentes dos conselhos de administração da Ukrenergo e da Naftogaz, Volodymir Kudritsky e Oleksy Chernishov, apresentaram relatórios sobre os danos e os trabalhos de reconstrução.
"Discutiram as formas mais eficazes de proteção física e a sua aplicação noutras instalações", acrescentou Zelensky.
O segundo ponto discutido durante a reunião foram os contratos de fornecimento de armas e munições para o futuro próximo e a longo prazo.
"A necessidade de defesa aérea tornou-se premente. Devido à intensidade dos bombardeamentos russos, as existências têm de ser reabastecidas mais rapidamente. Dei instruções para intensificar o trabalho com os nossos parceiros. Estamos a contar com a sua rápida resposta", escreveu o presidente ucraniano.