Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Moçambique. Pelo menos 55 crianças morreram em naufrágio de barco

09 abr, 2024 - 09:47 • Lusa

A Polícia da República de Moçambique registou 98 vítimas na sequência do naufrágio de uma pequena embarcação de pesca sobrelotada, no domingo. Foram resgatados 16 sobreviventes.

A+ / A-

Pelo menos 55 crianças morreram no naufrágio de uma embarcação de pesca em Nampula, norte de Moçambique, no domingo, e de 130 pessoas a bordo há registo de apenas 16 sobreviventes, disse à Lusa fonte da polícia.

"Temos 98 óbitos até ao momento e 16 sobreviventes. As buscas foram retomadas", disse esta manhã à Lusa a porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) na província de Nampula, Rosa Chauque.

Acrescentou que entre os 98 óbitos confirmados, 32 são do sexo masculino e 66 do sexo feminino. Entre estes, há 55 crianças, segundo os dados da PRM.

As vítimas morreram na sequência do naufrágio de uma pequena embarcação sobrelotada que saiu do posto administrativo de Lunga com destino à Ilha de Moçambique.

De acordo com as autoridades marítimas moçambicanas, a embarcação de pesca não estava autorizada a transportar passageiros nem tinha condições para o efeito e as pessoas que transportava fugiam a um surto de cólera no continente, com destino à Ilha de Moçambique, tendo o naufrágio acontecido a cerca de cem metros desta costa.

O Governo moçambicano anunciou que vai reunir-se esta terça-feira para discutir medidas para "minimizar o impacto" deste acidente.

"O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, recebeu com profunda tristeza a notícia do naufrágio de uma embarcação que saía do posto administrativo de Lungo, no distrito de Mossuril, com destino a Nacala, que provocou a morte de mais de cem cidadãos", lê-se num comunicado divulgado na segunda-feira pela Presidência da República.

O chefe do Estado enviou uma delegação governamental, liderada pelo ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, para prestar "ajuda aos sobreviventes, e seu encaminhamento, assim como para a investigação, a fim de se aferir as razões que deram origem a esta tragédia", acrescenta a Presidência.

"Importa referir que, logo após o chefe do Estado ter tomado conhecimento desta tragédia, orientou as entidades provinciais a diversos níveis para mobilizar equipas de salvamento e de análise da situação. Mediante esta tragédia, o Governo moçambicano reunir-se-á amanhã [terça-feira] para avaliar a situação e tomar medidas necessárias para minimizar o impacto deste incidente", refere-se no comunicado.

O ministro dos Transportes e Comunicações moçambicano anunciou na segunda-feira, num encontro multissetorial em Nampula para analisar este incidente, que as autoridades estão a fazer uma "reflexão" sobre este naufrágio, para "que isto nunca volte a acontecer".

"Reflexão sobre o que aconteceu, o que não deve acontecer e como é que nos vamos posicionar daqui para a frente, para que o aconteceu não volte a acontecer. Estamos todos aqui para fazer essa reflexão", afirmou Magala.

É necessário "trocar impressões sobre o que aconteceu e não deve acontecer daqui para a frente", insistiu o governante, depois de manifestar solidariedade às famílias das vítimas do acidente.

O presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, oposição), Ossufo Momade, também se mostrou "profundamente consternado" com o naufrágio e pediu luto nacional.

"Exigimos que o Governo decrete luto nacional e que este momento seja reconhecido pelas autoridades como mais um sinal de negligência e falta de segurança públicas", escreveu Ossufo Momade, na sua conta oficial na rede social Facebook.

"Ficámos bastante comovidos e preocupados ao saber que a embarcação em causa é de pesca e não estava vocacionada para o transporte de pessoas o que nos leva a uma reflexão sobre a necessidade da segurança marítima", acrescentou o líder do maior partido da oposição.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+