18 abr, 2024 - 08:22 • Olímpia Mairos , Teresa Almeida , Pedro Mesquita
“Não ataquem Rafah”. O reiterado apelo do chefe da diplomacia europeia, depois de notícias que dão conta de um eventual apoio norte-americano a uma operação israelita no sul da Faixa de Gaza. Em troca, os Estados Unidos terão exigido a Televive que não ataque o Irão.
Em Capri - à margem de uma reunião do G7 - Josep Borrell foi questionado sobre o tema. O chefe da diplomacia europeia diz que um ataque a Rafah seria uma catástrofe e lembra que o próprio Biden tem sido muito claro neste ponto.
“Se houver um ataque a Rafah com 1,7 milhões de pessoas nas ruas, será uma verdadeira catástrofe humanitária”, assinala.
“Por isso, o apelo a Israel tem sido muito claro por parte do próprio presidente Biden, juntamente com todos os líderes europeus: Não ataquem Rafah, onde 1,7 milhões de pessoas estão nas ruas sem qualquer possibilidade de se defenderem ou de escaparem. Portanto, não ataquem Rafah. Entretanto aconteceu isto…temos de continuar a pressionar”, reforça.
Entretanto, contactada pela Renascença, a embaixada israelita em Lisboa prefere não comentar a possibilidade de ataque.
Segundo a imprensa israelita, que cita um jornal do Qatar, os Estados Unidos acabam de aceitar o plano de Israel para atacar Rafah, no sul de Gaza, em troca de uma grande operação contra o Irão, depois dos ataques a solo israelita do fim de semana por parte de Teerão.
O The Times of Israel escreve esta quinta que as autoridades egípcias revelaram a um meio de comunicação do Qatar que os EUA aceitaram o plano de Israel para uma operação na cidade de Rafah, no sul de Gaza, em troca de não realizarem um grande ataque no Irão em resposta ao ataque sem precedentes de mísseis e ‘drones’ de Teerão.
Israel acredita que quatro batalhões do Hamas estejam estacionados em Rafah, onde mais de um milhão de civis procuraram abrigo depois de escaparem de conflitos noutras partes da Faixa de Gaza. Rafah também é suspeito de ser o local dos líderes do Hamas e possivelmente de reféns israelitas.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse em várias ocasiões que tinha autorizado planos para uma operação em Rafah e, mais recentemente, referiu que uma data de lançamento desses planos já estava decidida.
Nesta altura - segundo as autoridades egípcias - estarão em curso preparativos para que o Egito possa lidar com qualquer possível impacto da operação planeada.
[notícia atualizada às 11h05 de 18 de abril de 2024]