23 abr, 2024 - 07:05 • Lusa
Segundo um inquérito realizado pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos no país, As tensões entre Pequim e Washington continuam a ser a principal preocupação para as empresas norte-americanas com negócios na China.
As políticas e respetiva aplicação inconsistente, o aumento dos custos laborais e a segurança dos dados são outras das principais preocupações das empresas norte-americanas.
O inquérito referiu ainda que, apesar de os líderes chineses insistirem que Pequim é recetivo às empresas estrangeiras, muitas continuam a ter acesso limitado ao mercado.
"O governo chinês afirmou que incentiva o investimento direto estrangeiro, mas muitos dos nossos membros continuam a encontrar barreiras ao investimento e às operações, incluindo políticas que os discriminam e campanhas mediáticas que criam suspeitas em relação aos estrangeiros", lê-se no relatório.
O grupo empresarial saudou uma melhoria nas relações em 2023, que foi coroada por reuniões entre o líder chinês, Xi Jinping, e o presidente dos EUA, Joe Biden, mas disse que a eleição presidencial dos EUA, em novembro, está a pairar sobre o futuro ambiente de negócios.
Numa visita recente a Pequim, a Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, manifestou preocupação de que o potencial excesso de capacidade das indústrias chinesas - como os veículos elétricos, siderurgia e painéis solares - possa aniquilar fabricantes norte-americanos e estrangeiros.
"Reconhecemos que existem áreas significativas de contenção nas relações entre os EUA e a China, muitas das quais não têm perspetivas de resolução fáceis ou a curto prazo", afirmou.
O relatório da Câmara de Comércio dos Estados Unidos na China referiu que as empresas consideram os intercâmbios de alto nível e a comunicação entre as duas partes como a prioridade máxima.
As empresas norte-americanas que operam na China registaram uma melhoria dos lucros no ano passado, embora um pouco menos de metade espere ser rentável em 2024.
O relatório de 617 páginas apresenta centenas de recomendações que abrangem setores, desde o desporto à segurança no trabalho e gestão do tráfego rural.
De um modo geral, as empresas americanas não planeiam transferir as cadeias de abastecimento para fora da China, dada a dimensão e importância do mercado de 1,4 mil milhões de pessoas.
Mas a vontade de aumentar os investimentos na China e de tornar o país um foco estratégico tem vindo a diminuir à medida que as vantagens diminuem, segundo o relatório.