03 mai, 2024 - 20:56 • Lusa
O movimento estudantil contra a ofensiva israelita na Faixa de Gaza que começou há cerca de duas semanas nos campus norte-americanos continua a espalhar-se pelo mundo.
Perto de 2.300 jovens já foram detidos nos protestos nos EUA, que fazem lembrar a contestação à guerra do Vietname, no final da década de 1960.
Do Canadá à Austrália, passando pela Europa, estudantes de vários países têm aderido à contestação.
As principais instalações da prestigiada escola parisiense Sciences Po, que tem entre 5.000 e 6.000 estudantes na capital, permaneceram encerradas hoje, uma vez que a polícia francesa iniciou uma intervenção para retirar várias dezenas de ativistas pró-palestinianos que ocupavam as instalações da escola desde a véspera.
As ações levadas a cabo pelos estudantes em apoio a Gaza tiveram lugar principalmente nos estabelecimentos da Sciences Po em toda a França, mas poucas no interior das universidades.
Na quinta-feira, a ministra do Ensino Superior, Sylvie Retailleau, pediu aos reitores das universidades que garantam a "manutenção da ordem" pública, recorrendo a "todos os poderes" à sua disposição, nomeadamente em termos de sanções disciplinares em caso de distúrbios ou de recurso às forças policiais.
A polícia interveio hoje para retirar manifestantes pró-palestinianos reunidos em frente à Universidade Humboldt de Berlim, no centro da capital. Segundo a polícia, cerca de 300 pessoas juntaram-se à manifestação, algumas dezenas das quais tentaram sentar-se no pátio da universidade.
Alguns manifestantes foram expulsos à força depois de terem recusado um local alternativo, informou a polícia de Berlim na rede social X.
O Presidente da Câmara de Berlim, Kai Wegner, criticou a manifestação, escrevendo no X que a cidade não queria "situações como as dos Estados Unidos ou de França".
O movimento estudantil pró-palestiniano ganhou raízes em várias cidades, incluindo Vancouver, Otava, Toronto e Montreal. O primeiro e maior acampamento, na prestigiada Universidade McGill, em Montreal, começou a 27 de abril e foi aumentando de dimensão.
As centenas de manifestantes reforçaram o seu acampamento nos últimos dias devido à ameaça de desmantelamento pela polícia.
Dizem que estão determinados a ocupar o local durante o tempo que for necessário, até que a McGill corte todos os laços financeiros e académicos com Israel.