06 mai, 2024 - 17:56 • João Pedro Quesado
O Hamas anunciou esta segunda-feira que aceitou a proposta de cessar-fogo do Qatar e do Egito. Segundo a "Reuters", Israel declarou que está a analisar os termos aprovados pelo Hamas por serem "suavizados".
De acordo com a "Al Jazeera", o líder do Hamas informou o primeiro-ministro do Qatar e o ministro dos serviços de informação do Egito por chamada telefónica.
À "Reuters", fonte do Hamas esclareceu que o cessar-fogo aceite inclui exigências como um cessar-fogo, reconstrução da Faixa de Gaza, o regresso dos palestinianos deslocados e um acordo para troca de prisioneiros.
O acordo será, segundo com a mesma fonte, composto por três fases, de 42 dias cada - semelhante à proposta de fevereiro do Hamas - e prevê a retirada total de Israel na segunda fase.
O Hamas disse ainda que se vai deslocar a Cairo, a capital do Egito, para discutir o cessar-fogo e os próximos passos.
Numa primeira resposta, fonte do governo israelita disse à "Reuters" que a proposta aprovada pelo Hamas foi "suavizada", e que inclui conclusões "abrangentes" que Israel não aceita.
"Isto parece ser uma artimanha com a intenção de fazer Israel parecer o lado que recusa um acordo", disse a mesma fonte, citada pela "Reuters".
O Qatar, onde o braço político do Hamas tem a sua (...)
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Daniel Hagari, afirmou, numa conferência de imprensa esta tarde, que Israel está "a explorar tudo aquilo de que tem conhecimento" e "a levar ao limite o potencial das negociações e a recuperação dos reféns", que sublinhou ser "a principal missão".
Hagari sublinhou que, em paralelo, o exército israelita vai "continuar a atuar de forma operacional na Faixa de Gaza".
O "The Times of Israel" avançou inicialmente que o governo de Israel avisou que a proposta em causa foi unilateralmente apresentada pelo Egito, e que não está a ser levada a sério antes dos detalhes serem clarificados.
A Autoridade Palestiniana apelou aos Estados Unido(...)
Também os Estados Unidos da América declararam, na tarde desta segunda-feira, que estão a avaliar a resposta do Hamas, assim como "a discuti-la com os nossos parceiros na região".
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA evitou "caracterizar" a resposta do Hamas, sublinhando que um acordo é do interesse tanto de israelitas como de palestinianos.
"Traria um cessar-fogo imediato, permitiria um aumento no movimento de ajuda humanitária e vamos continuar a trabalhar para tentar alcançar um acordo", disse Matthew Miller, citado pela "CNN".
O exército israelita pediu esta segunda-feira aos habitantes de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, para se deslocarem para "zonas humanitárias". As IDF estão a preparar uma invasão terrestre da localidade, e lançaram ataques aéreos pouco depois do aviso. O Hamas avisou que isso pode colocar em perigo as negociações de tréguas.
As negociações de paz mediadas pelo Qatar e pelo Egito já duram há vários meses, com o objetivo de encontrar uma solução para o conflito atual, que começou a 7 de outubro depois de um ataque do Hamas em território israelita.
[notícia atualizada às 19h07]