20 mai, 2024 - 19:44 • Ricardo Vieira, com Reuters
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reage com “repulsa” ao mandado de captura pedido pelo procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI).
Netanyahu fala numa ação absurda que considera ser uma tomada de posição contra todo o Estado de Israel.
“Rejeito com repulsa a comparação do procurador de Haia entre o Israel democrático e os assassinos em massa do Hamas”, declarou o primeiro-ministro israelita, num comunicado avançado pela agência Reuters.
Netanyahu questiona a “audácia” do procurador Karim Khan de comparar o Hamas, “que assassinou, queimou, massacrou, decapitou, violou e sequestrou os nossos irmãos e irmãs e os soldados das IDF [Forças de Defesa de Israel] que travam uma guerra justa?”
O chefe do Governo de Israel considera que a posição do TPI “é exatamente o que parece o ‘novo antissemitismo’”.
Guerra Hamas-Israel
Em causa, estão crimes de guerra e crimes contra a(...)
Netanyahu garante que vai combater o movimento palestiniano Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro, “até à vitória total” na Faixa de Gaza.
O Presidente norte-americano também criticou o pedido do procurador do Tribunal Penal Internacional, que apelidou de “ultrajante”.
"Seja o que for que este procurador possa sugerir, não há equivalência - nenhuma - entre Israel e o Hamas. Estaremos sempre ao lado de Israel contra ameaças à sua segurança." afirmou Joe Biden, em comunicado.
O procurador Karim Khan pediu esta segunda-feira a emissão de mandados de captura contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o líder do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar.
Netanyahu e Sinwar são suspeitos de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, cometidos pelo menos desde 8 de outubro de 2023, diz o comunicado divulgado por Khan em Haia, Países Baixos, sede do TPI.
Também outros países condenaram a "equivalência" entre Israel e o Hamas. A Itália apelidou a decisão de "inaceitável", com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, a declarar que lhe parece "verdadeiramente único" que se faça "equivaler um governo legitimamente eleito pelo povo numa democracia com uma organização terrorista que é a causa de tudo o que está a acontecer no Médio Oriente".
Por sua vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha fez saber que respeita a decisão do Tribunal Penal Internacional, mas que os pedidos simultâneos "criaram a impressão incorreta de equivalência".
"O tribunal vai agora ter que avaliar factos muito diferentes", declarou o governo alemão em comunicado.
A invasão da Faixa de Gaza foi desencadeada após o ataque do Hamas, de 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.200 pessoas em Israel e em mais de 250 reféns, de acordo com os dados das autoridades israelitas.
Pelo menos 35 mil palestinianos morreram na resposta das Forças Armadas de Israel.