28 mai, 2024 - 16:21 • Miguel Marques Ribeiro
O presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, defendeu esta terça-feira que a Ucrânia tem de disputar eleições presidenciais para resolver um problema de legitimidade constitucional.
O mandato do líder ucraniano, Vlodomir Zelensky, terminou a 20 de maio, mas não foi realizada um nova votação.
Respondendo a perguntas dos jornalistas durante uma visita ao Uzbequistão, Putin sublinhou que, nestas condições e ao abrigo da lei fundamental da Ucrânia, mais concretamente do artigo 111.º, “os poderes presidenciais são transferidos para o Presidente do Parlamento”, Ruslan Stefanchuk, que é “a única autoridade legítima”.
Em novembro, Zelensky afastou a possibilidade de realizar eleições enquanto durar a guerra. O presidente ucraniano pediu para se evitar "tudo o que envolva divisão política", argumentando que é preciso um foco na "defesa" do país e na "batalha" que decidirá "o destino do país e do povo".
Putin sublinhou que só os poderes do Parlamento podem ser prorrogados durante a lei marcial, decretada devido à invasão russa de fevereiro de 2022, pelo que, para todos os efeitos, o poder legítimo do país seria agora exercido pela Rada, a assembleia legislativa do país.
Esta não é a primeira vez que o líder russo põe em causa a manutenção de Zelensky no cargo. Na passada sexta-feira, durante uma visita à Bielorrússia, Putin afirmou que a "legitimidade do atual chefe de Estado (ucraniano) expirou".
[Notícia corrigida às 21h21: o mandato do Presidente Zelensky findou a 20 de maio e não a 31 de março]