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Soares viu Churchill em Zelensky. "Portugal pode dar mais à Ucrânia"

28 mai, 2024 - 13:27 • José Pedro Frazão

João Soares recorda o encontro privado com o presidente ucraniano em Agosto de 2023 em Kiev e assume admiração pelo político que chega hoje a Lisboa. No plano militar, Soares defende mais formação militar portuguesa à Ucrânia.

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Antigo presidente da Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação da Europa, João Soares, esteve 11 vezes na Ucrânia na última dezena e meia. Foi um dos convidados pessoais de Marcelo Rebelo de Sousa aquando da visita do Presidente da República a Kiev, em agosto de 2023.

Nessa qualidade manteve um encontro privado com Volodymyr Zelensky e o seu gabinete mais próximo, que serviu para consolidar a imagem positiva que tinha do chefe de Estado ucraniano.

"Fiquei com a sensação de que houve ali um corte geracional, para muito melhor, na liderança ucraniana. Já tinha admiração pela postura que lhe conhecia e pelas suas afirmações públicas e fiquei com a melhor das impressões dele e da sua equipa dirigente, parte dos quais faz parte do aparelho militar da Ucrânia que tem feito um trabalho absolutamente notável", recorda o antigo deputado do PS, que esteve também em Kiev no dia 25 de Abril de 2023.

João Soares foi chefe de missão de observação de várias eleições na Ucrânia e lembra que conheceu as lideranças anteriores ucranianas na qualidade de presidente da Assembleia Parlamentar da OSCE. Na memória do militante socialista está a recusa de Zelensky em sair de Kiev por sugestão dos aliados nos momentos críticos da tentativa de entrada russa na capital.

"A sua frase de resposta está ao nível do que melhor conhecemos em Churchill nos anos 40 quando fez face à ditadura nazi. Disse "não quero um taxi para sair da Ucrânia mas sim armas para me bater". É isto que temos que dar", afirma o antigo autarca de Lisboa.

À chegada de Zelensky a Lisboa, Soares acredita que Portugal pode dar mais à Ucrânia em termos militares, apesar de reconhecer que "já deu algumas coisas, nomeadamente em material de guerra".

O ex-deputado dá o exemplo do fornecimento de caças F16, de meios navais e de aparelhos não tripulados. " Na nossa Marinha temos gente muito qualificada no que toca aos chamados 'drones", exemplifica.

João Soares mostra-se contra o envio de militares portugueses "para as zonas de combate na Ucrânia", mas sugere uma colaboração em formação e assistência, nomeadamente em relação aos feridos de guerra.

"Tivemos uma experiência trágica de 14 anos de guerra colonial. Temos muita experiência na assistência e tratamento a feridos e de pessoas que ficaram debilitadas com a guerra. Nesse plano somos de primeira qualidade", remata o antigo presidente da Assembleia Parlamentar da OSCE.

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