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Putin volta a lançar ameaças nucleares e vai "pensar" sobre retaliação a países que apoiam Ucrânia

05 jun, 2024 - 23:45 • João Pedro Quesado, Reuters

Presidente da Rússia acha que nada vai mudar na política dos EUA sobre a Rússia, caso Donald Trumo vença as eleições de novembro, e deixa um aviso aos países que permitem à Ucrânia usar mísseis de longo alcance contra território russo.

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Vladimir Putin voltou a avisar os países ocidentais que a Rússia pode usar armas nucleares se sentir que a integridade territorial do país está sob ameaça, mas disse que não tem desejo nenhum de atacar o território da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

Numa entrevista concedida esta quarta-feira a vários órgãos de comunicação social internacionais, o Presidente russo mostrou-se aberto à possibilidade de retaliar contra os países que permitem a Ucrânia atacar a Rússia com mísseis de longo alcance.

Putin recusou as acusações de que a Rússia tem feito ameaças nucleares, apontando o dedo aos Estados Unidos da América (EUA) por ter usado armas nucleares contra o Japão na Segunda Guerra Nuclear. Depois, ressalvou que a doutrina nuclear russa permite o uso destas armas em resposta a diferentes ameaças.

"Por alguma razão, o Ocidente acredita que a Rússia nunca as vai usar", disse Putin, referindo-se às armas nucleares. "Temos uma doutrina nuclear, vejam o que diz. Se as ações de alguém ameaçarem a nossa soberania e integridade territorial, consideramos possível usar todos os meios à nossa disposição. Isto não deve ser tomado de ânimo leve, superficialmente", sublinhou.

Vladimir Putin reagiu também ao uso de mísseis ocidentais de longo alcance pela Ucrânia, depois de os EUA, a França, a Alemanha e vários países do Leste Europeu declararem que estas armas podiam ser usadas contra território russo. O Presidente da Rússia declarou que o país vai "melhorar os sistemas de defesa aérea e destruir" os mísseis, mas também não excluiu uma retaliação contra esses países.

"Estamos a pensar que se alguém pensa que é possível enviar tais armas para uma zona de guerra para atingir o nosso território e criar-nos problemas, então porque é que nós não temos o direito de enviar as nossas armas do mesmo tipo para regiões do mundo de onde podem ser realizados ataques em infraestruturas sensíveis dos países que fazem isto contra a Rússia. Isto para dizer que a resposta pode ser assimétrica. Vamos pensar sobre isso", declarou.

Putin acrescentou ainda que se os países do Ocidente estiverem a ser "atraídos para uma guerra contra a Federação Russa, então reservamos o erro de agir da mesma forma". E avisou: "em geral, este é um caminho para problemas muito sérios".

Contudo, o líder russo recusou totalmente a ideia de um conflito com a NATO. Questionado pelos jornalistas, Putin pediu para não "criar uma imagem da Rússia como uma inimiga", e depois irritou-se com a pergunta. "Só se estão a prejudicar com isto, percebem? Inventaram que a Rússia quer atacar a NATO. Perderam completamente a vossa cabeça? São tão estúpidos como esta mesa? Quem inventou isso?", perguntou o Presidente russo.

Vladimir Putin disse ainda não querer saber quem vence as eleições presidenciais de novembro nos EUA, e alegou não acreditar que algo mude na política norte-americana face à Rússia depois das eleições, nomeadamente se o republicano Donald Trump derrotar o democrata Joe Biden.

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