26 jun, 2024 - 19:30 • Redação com Lusa
O fundador da plataforma WikiLeaks, Julian Assange, chegou hoje à Austrália, a bordo de um avião fretado depois de ter formalizado o acordo que lhe garantiu a liberdade perante um tribunal nas ilhas Marianas do Norte.
O avião em que viajava aterrou às 19h40 (09h40 em Lisboa) no Aeroporto Internacional de Camberra, depois de sete horas de voo entre Saipã, no território ultramarino dos Estados Unidos das Marianas do Norte, no Pacífico.
O fundador do portal WikiLeaks vestia um fato escuro, camisa branca e ergueu um punho saudando as pessoas que o esperavam no aeroporto.
Julian Assange, 52 anos, natural da Austrália, era aguardado pela mulher, Stella Assange e pelo pai, John Shipton. Foi recebido também por apoiantes que enfrentaram o frio para aplaudir a sua chegada, com alguns gritos de "amamos-te Julian" e "bem-vindo a casa".
Aquando da chegada à Austrália na noite de quarta-feira, Assange abraçou a sua mulher, Stella Assange, que defendeu que o marido vai precisar de tempo para recuperar, depois de 14 anos de saga legal.
Justiça
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Stella juntou-se aos seus advogados, Jennifer Robinson e Barry Pollack, para uma conferência de imprensa na quarta-feira à noite, onde agradeceu aos apoiantes mas pediu privacidade enquanto o marido recupera.
"O Julian precisa de tempo para recuperar. Para se habituar às liberdades. Alguém me disse ontem que tinha passado por algo semelhante, que a liberdade vem lentamente", disse ela perante uma sala cheia de jornalistas.
"E eu quero que o Julian tenha esse espaço para redescobrir a liberdade, lentamente. E rapidamente".
A chegada à Austrália encerra uma “saga de 14 anos” que começou em 2010 com a maior fuga de documentos confidenciais da história dos Estados Unidos, revelando através do WikiLeaks ataques a civis no Iraque e no Afeganistão, bem como maus tratos a prisioneiros na Baía de Guantánamo, entre outras questões.
Na sequência da fuga de informação, a Suécia emitiu um mandado de captura contra Assange por acusações de abuso sexual, que foram posteriormente retiradas.
Assange refugiou-se em 2012 na embaixada do Equador em Londres, até ser detido pelas autoridades britânicas em 2019, tendo passado os últimos cinco anos numa prisão de alta segurança na capital britânica.
A imagem de Assange foi muitas vezes afetada ao longo dos anos, em especial quando a plataforma WikiLeaks divulgou milhares de e-mails pirateados do Partido Democrata dos Estados Unidos e da equipa de Hillary Clinton em 2016, durante a campanha presidencial norte-americana.