27 jun, 2024 - 06:30 • Pedro Mesquita , João Malheiro
A eurodeputada Margarida Marques considera que se António Costa assumir a presidência do Conselho Europeu, essa será uma "mais-valia" para Portugal porque o antigo primeiro-ministro traz consigo uma "sensibilidade" por países do Sul da Europa.
A socialista que está em fim de mandato, em Bruxelas, diz à Renascença que Costa vai dar uma ajuda "em áreas onde Portugal tem parceiros que não são a maioria dos países da União Europeia".
"Quando forem discutir o novo Quadro Financeiro Plurianual, em junho do próximo ano, o facto de António Costa ser um ex-primeiro-ministro de um país do sul traz para este debate essa sensibilidade", explica.
União Europeia
A primeira-ministra de Itália é vista como fator d(...)
O alargamento da União, as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente, as migrações, o crescimento dos populistas na família europeia são alguns dos desafios que se colocam. Margarida Marques sublinha que o momento é particularmente "complexo" e António Costa não terá tarefa fácil, se o seu nome for "carimbado".
A eurodeputada nota, contudo, que é essa a principal razão da escolha de Costa: depois de algumas lideranças "relativamente cinzentas", o momento exige uma personalidade mais forte à frente do Conselho Europeu.
"Tem um perfil interventivo que é capaz de propor propostas e procurar compromissos. A complexidade exige uma pessoa com o perfil de António Costa", sentencia.
"A complexidade da situação na UE exige uma pessoa com o perfil de António Costa"
Sobre a continuação do processo ligado à Operação Influencer, que ainda visa o antigo primeiro-ministro, Margarida Marques desvaloriza e acredita que "não vai causar qualquer mossa".
Para a socialista, os negociadores "perceberam a situação e consideraram que António Costa estava em condições para ser nomeado".
E se o seu desempenho for abalado pela Justiça portuguesa? "Não estou em condições de comentar isso, na medida em que é estarmos a trabalhar sobre hipóteses académicas."