01 jul, 2024 - 09:19 • Olímpia Mairos , com redação
A extrema-direita venceu, pela primeira vez na História, a primeira volta das eleições legislativas antecipadas, com o partido liderado por Marine Le Pen a conseguir um terço dos votos dos franceses.
Perante estes resultados, a Frente de Esquerda e os liberais admitem entendimentos para evitar a consolidação da extrema-direita no poder.
Mas, na análise do especialista em assuntos internacionais, José Pedro Teixeira Fernandes, esses acordos podem não ser suficientes porque os apoiantes de Macron poderão não votar à esquerda.
“Se eles forem confrontados com uma escolha onde têm que votar ou num candidato da União Nacional ou num candidato da esquerda, representado pela parte mais radical, muito provavelmente não vão votar. Eu aqui coloco dois cenários ou votam à direita ou extrema-direita ou se abstêm”, antecipa.
Para José Pedro Teixeira Fernandes, a dissolução na noite das europeias foi “uma jogada de risco que correu muito mal”. Resta agora a Macron aguardar por uma futura dissolução, uma vez que se antevê um clima de instabilidade na governação que pode jogar a favor do Presidente.
“Na melhor das hipóteses, a Constituição francesa dá aqui um ano para poder haver uma dissolução do Parlamento”, explica, assinalando que depois de “um ano que provavelmente vai ser muito difícil de governação”, Macron poderá evocar isso para uma futura dissolução.
“Mas estamos a falar aqui num cenário hipotético, o próximo ano seguramente vai ser muito difícil e de uma convivência muito difícil para Macron, porque a única coisa que parece completamente certa desta eleição é que não haverá um primeiro-ministro na sua área política”, completa.