02 jul, 2024 - 18:12 • Redação, com Reuters
Uma antiga enfermeira britânica, Lucy Letby, foi condenada esta terça-feira pela tentativa de assassinato de uma bebé prematura. O crime aconteceu num hospital do Reino Unido.
O julgamento deste caso conhecido como "Bebé K" teve que ser repetido, uma vez que no primeiro processo não foi possível chegar a um consenso.
Lucy Letby foi considerada culpada de tentar matar a bebé, que nasceu prematura, ao ter retirado o tubo do ventilador que ajudava a criança a respirar.
Após pouco mais de uma hora do seu nascimento e enquanto outros funcionários se encontravam ausentes, o médico Ravi Jayaram entrou na sala onde a recém-nascida estava a receber os cuidados e encontrou o tubo de respiração deslocado. Os alarmes que deveriam ter soado tinham sido desativados e Lucy Letby estava ali "sem fazer nada".
O procurador Nick Johnson afirmou que, em duas outras ocasiões nessa noite, Lucy Letby interferiu com o tubo de respiração para dar a impressão de que havia um problema específico com a bebé.
Em agosto do ano passado, a ex-enfermeira de 34 anos da unidade neonatal do Hospital Countess of Chester, em Inglaterra, já tinha sido considerada culpada pela morte de sete bebés e da tentativa de assassinato de mais seis, entre junho de 2015 e junho de 2016.
Lucy Letby levou a cabo "uma campanha cruel, calcu(...)
Foi condenada a prisão perpétua. A ex-enfermeira negou ter feito mal a qualquer um dos bebés que tivesse estado ao seu cuidado.
"Foi feita justiça e uma enfermeira que devia ter cuidado da nossa filha foi considerada culpada de lhe ter feito mal", declarou a família da "Bebé K". "Mas esta justiça não vai tirar a dor extrema, a raiva e a angústia que todos nós tivemos de sentir".
"Estas foram as ações de um assassino calculista e de sangue frio", disse o procurador-geral da Coroa, Nicola Wyn Williams, numa declaração na terça-feira, após o veredito.
Três dias depois, a criança K faleceu num hospital diferente, embora a acusação tenha dito que isso não tinha nada a ver com a alegação contra Letby.
O caso da enfermeira "serial killer" chocou a Grã-Bretanha e levou o governo a ordenar um inquérito para averiguar por que razão as preocupações sobre o seu comportamento não foram tidas em conta pelos diretores do hospital.
As autoridades dizem estar a investigar se existiam vítimas nos hospitais onde Letby tinha trabalhado anteriormente.